José Pote Magriço – Parte 3 de 27

Distribuição da telescola via cassete Philips * gravações exteriores em filme * montagem em pelicula e em vídeo sem editor.

0:00:02.909
PB — Só um bocadinho atrás, ainda dentro dos estúdios do IMAVE, não era?
PM — Sim, IMAVE. Inicialmente era IMAVE só.
PB — É, portanto, vocês não emitiam em direto as aulas da telescola, eram todas gravadas.
PM — Posteriormente foi mais tarde, é quando a RTP tinha cobertura a nível nacional. Repare que isto teve duas fases. A primeira fase a RTP ainda não tinha cobertura total, e portanto havia necessidade, nas zonas de mais recondidas levar a telescola a esses locais, não é? E era feito através de VCR. Mas a predominância maior ainda era nas ilhas, portanto, a zona insular, quer na Madeira, quer nos Açores, era o local onde se digamos, havia necessidade, dado que nem sequer havia emissão aérea, portanto, o que acontecia era essas bobinas que eram gravadas e editadas, portanto esses conteúdos editados, em bobinas, eram levadas para as ilhas, portanto através da TAP, com delay temporal relativo, de forma que as aulas gravadas nesses estúdios eram enviadas para reprodução e havia um conjunto de bastidores com gravadores associados e uma reprodutora compatível, evidente, é que permitia fazer a transcrição para multicacetes, no sistema de duplicação, que em cada posto de tele-escola onde não havia emissão nas ilhas havia a possibilidade de ver mas as aulas chegavam lá e eram ministradas as aulas através dessas tais VCRs desenvolvidas pela Philips. Foi quase um projeto-piloto específico para Portugal. Portanto, vamos dizer.
0:02:02.430
PB — E estamos a falar de quando vocês tinham que fazer essas cópias, estamos a falar em dezenas de escolas?
PM — Dezenas de escolas que estavam o posto da telescola, não é, que era assim que se designava na época.
PB — Estamos a falar em que quantidade? Dezenas de escolas, centenas?
PM — Dezenas de escolas. Havia na ilha de São Miguel para aí 20 escolas diferenciadas. Estavam desde a zona este da ilha até a zona das furnas, portanto aquela zona toda era feita a cobertura da telescola através de cassetes.
PB — Mas em cada sala de aula tinha que haver um desses reprodutores?
PB — O VCR , portanto, um reprodutor, sim.
PB — E depois como vocês faziam? Para cada sala ia uma cassete ou eles depois circulavam.
PM — Não, era em simultâneo, portanto, para cada posto haveria uma cassete com aquela aula específica, de acordo com o programa que estava estabelecido, portanto havia essa forma de divulgação. Era a única forma de chegar lá porque não havia distribuição de aérea, portanto, aérea não havia.
0:03:07.320
PB — Dentro do IMAVE, sempre que vocês… em 1971, sempre que precisavam de fazer registros de imagens que não fossem em estúdio, que tipo de registo é que faziam fora? Porque todos os gravadores, como estava a falar, são gravadores de mesa para estarem no estúdio. Então era preciso ir à rua filmar o que quer que seja… era película?
0:03:26.760
— Havia uma estrutura, digamos de captação de algumas documentações, de momentos que estavam associados a reportagens que funcionava em filme. Porque na época ainda não havia, 1971/72, depois mais tarde pá aí já haviam câmeras de reportagem com o gravador já acoplados, de grande dimensão, que utilizavam os tais sistemas que já se baseavam em cassetes do UMatic. Portanto, havia a Sony já havia desenvolvido sistemas de gravação e suporte magnético, que tinha o formato 3 polegadas, 3 polegadas não, 3/4 de polegada, e que dava uma possibilidade de se fazer reportagem portanto, já havia inclusão nas aulas, não era só o professor estático, o professor a descrever no quadro ou a fazer trabalhos manuais ou qualquer… que tinha que ser feito em estúdio. Portanto, já havia a participação de outros conteúdos associados à aula. Tinha origem ou em filme, portanto, em película, que transcritos no sistema de telecinema, para vídeo e tinham a possibilidade de se inserir nas aulas alguns conteúdos de reportagem. Portanto, todos os elementos de captação externa, tanto monumentos e outras coisas relacionadas com a história, com outras reportagens da ordem científica eram feitas por esse processo e editadas.

You May Also Like

Maria Emília Santos – Parte 3 de 7

Maria Emília Brederode Rodrigues dos Santos entrevistada por Ricardo Nogueira e Maria Inácia Rezola – Registado por Claúdia Figueiredo em Lisboa 17 de Junho de 2017. 0:00:09.620— Já falou um…
Ver mais...

Fernando A. P. Correia – Parte 3 de 6

Fernando António Pinheiro Correia conversa com Maria José Mata e Fátima Lopes Cardoso nos Estúdios TV da Escola Superior de Comunicação Social em Lisboa 26 de Outubro 2018 – Edição…
Ver mais...