Mário Zambujal

mário zambujal

Mário Joaquim Marvão Gordilho Zambujal, conhecido por Mário Zambujal, é jornalista e escritor português.

Nasceu em Moura, no Alentejo, a 5 de março de 1937.  Viveu a sua juventude em Faro, aos 16 anos começou a escrever para o semanário Os Ridículos, e colaborou como redator regional do jornal desportivo A Bola. Pouco depois, integrou a redação deste jornal em Lisboa, vindo a ser jornalista no Diário de Lisboa, subdiretor do jornal desportivo Record, chefe de redação do jornal O Século e do Diário de Notícias, diretor do Mundo Desportivo, d’ O Jornal e do Se7e, diretor interino do semanário Tal& Qual, colunista do 24 Horas.


Em 1977 foi convidado para a RTP tendo apresentado numerosos programas, por exemplo, “Quem conta um conto” ou a “Semana que vem”. No entanto, distinguir-se-ia como jornalista desportivo televisivo, na apresentação do programa semanal “Grande Encontro”. Foi, ainda, autor de guiões de séries da televisão (“Lá em casa tudo bem”, “Isto é Agildo”, “Nós os Ricos”, “Os Imparáveis”, etc.) e de textos para a rádio, colaborando, por exemplo, no programa de Carlos Cruz “Pão com Manteiga”, da Rádio Comercial.

Em 1980 inicia a sua carreira de escritor com o livro Crónica dos Bons Malandros, adaptado a longa-metragem, por Fernando Lopes, e a série televisiva, em 2021. Entre outros títulos, da sua obra literária, destacam-se, Histórias do Fim da Rua, de 1983, À Noite Logo se Vê, de 1986, Talismã, 2015. 

Mário Zambujal em conversa com Júlia Leitão de Barros. Registado por Paulo Barbosa nos Estúdios TV da Escola Superior de Comunicação Social em Lisboa 24 de Julho 2018

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Mário Zambujal Parte 1

0:00:38 “Ninguém se lembra de ter nascido”, importância de informação na memória. Nascimento em Moura, infância e instrução primária na Amareleja, o Mestre Lopes,
0:03:57 foragidos da guerra civil de Espanha acolhidos na Amareleja,
0:05:07 pai inspetor de moagens mudança para Beja, presos da cadeia da cidade,
0:06:11 juventude em Faro, na escola comercial com o irmão Francisco caricaturista,
0:09:36 apenas bom aluno em português, Dr. Ângelo Cunha e o primeiro conto, aos 16 anos, publicado nos Ridículos, diretor Rebelo da Silva pede mais,
0: 11:50 vício da bola e do bolero, importância da leitura,
0:15:25 jogador de futebol “Sport Lisboa e Faro”, filial Sport Lisboa e Benfica; bailes Teatro Lethes, Faro, “noites de sábados ficam muito perto da manhã de domingo”, fim da carreira desportiva, selecionador de juniores no Algarve,
0:17:31 selecionador de juniores no Algarve, “sempre soube que havia quem sabia mais e era melhor que eu”, chama Fernando Cabrita, futuro treinador da seleção nacional”,
0:19:37 substitui, por 3 meses, Nobre da Costa, delegado regional do jornal A Bola
0:21:25 mantem-se n’ A Bola, Carlos Pinhão convida-o para vir para Lisboa, não aceita, Victor Santos, Aurélio Márcio, Alfredo Farinha. No Banco do Algarve (Banco de Portugal), redação cartas da administração. Episódio mala com ouro, no restaurante Comodoro, senhor Celestino.
0:27:15 namoro e casamento com Gabi

Mário Zambujal – Parte 2

0:00:09 ingresso na redação A Bola, em Lisboa, Victor Santos.
0:02:41 redação Diário de Lisboa, Joaquim Letria, José Carlos de Vasconcelos, Afonso Praça, Vilaverde Cabral, António de Sousa, eram 19.
0:03:04 entrada de Antónia de Sousa no Diário de Lisboa, o “Alheta”
0:06:55 O Século, Dr. Miranda Pessoa, livro das gralhas mais famosas d’ Século, gralha nascimento filho de general,
0:09:51 na secção desportiva do Diário de Lisboa, greve na volta a Portugal em bicicleta, 1970-72, reação dos “comunas”,
0:12:35 crónicas como assunção da individualidade, diverso do trabalho coletivo de um jornal, Le Monde modelo de jornalismo perfeito, Afonso Praça, Sttau Monteiro.
0:14:51 crónicas semanais “Fora de Mão”, no Diário de Lisboa,
0:15:52 saída do Diário de Lisboa, administrador Lopes de Souto, saída maior parte redação, Assis Pacheco, Victor Direito.
0:18:00 desempregado recusa convite Fontoura para redator principal Capital, por Queirós Pereira, sogro Marcelo Caetano, acionista Águas de Lisboa, ter aumentado água para financiar o jornal,
0:19:51 Brás Medeiros convida-o para Record, estrutura amadora, chefe redação Paulo Castro, levou Hernani Santos e “brigada” copy desk, Assis Pacheco, Joaquim Bento, Afonso Prata, Carlos Nogueira segundo chefe de redação,
0:23:01 chefe de redação Século; gabinete de imprensa Totobola fazia gancho escrevia 16 noticias para diferentes jornas,
0:23:24 telefone direto com a censura, no Século; Senhor Diamantino levava provas, duas da manhã com Urbano Tavares Rodrigues esperava provas
0:27:32 com Manuel Figueira criam redação, Adelino Tavares da Silva, Eduardo Guerra Carneiro; Cinéfilo, diretora Fernando Lopes; censura e autocensura, “como é que queres que isto passe?”
0:31:20 censura crónicas de Moscovo, no Diário de Lisboa, “tudo o que era positivo eles cortavam”; censura crónicas de Luxemburgo, emigração.

Mário Zambujal – Parte 3

0:00:10 diretor do Tal & Qual, “jornal traquina”, Rocha Vieira Ernani Santos, Ramon Font, difícil substituir Letria na direção,
0:02:02 “Crónica dos Bons Malandros”, 1980, com a “simplicidade de montagem televisiva”
0:05:39 no Século, na noite de 24 de abril, José Carlos Galeão Pinheiro, Álvaro Guerra, telefonista Alexandrina, “É hoje”, edições do 25 abril, matutinos e vespertinos sobrepõem-se, República, Raul Rego, Manuel Figueira, primeira edição censura,
0:09:42 momentos difíceis “enforcou-se gente lá dentro”, “fiz coisas lamentáveis”, tensão entre trabalho e política,
0:11:30 Urbano Tavares Rodrigues, PCP, João Carreira Bom, MRPP, clima difícil,
0:12:54 “já não suporto mais”, “repouso”, “fui para diretor do Mundo Desportivo”
0:14:36 25 de Novembro, suspensos diretores jornais estatizados, menos o do Mundo Desportivo, não aceitou, “Zambujal perigosíssimo”,
0:17:12 “passar prosa”, repórter Manuel, José Saramago, Diário de Notícias,
0:20:55 antes, “não praticávamos bem o jornalismo, praticávamos noticiarismo”, Século e Diário de Notícias, correspondentes, censura,
0:22:36 logo depois 25 de Abril assembleia geral Sindicato Jornalistas, discorda tabela salários, importância repórter, chefe de redação “distribuidor de jogo”,
0:24:04 n’A Bola em vez de reportagem sobrecarga com prosa e títulos, preso secretária,
0:24:50 “tínhamos muito noticiarismo, sobrava sempre jornal”, agências, correspondentes, informadores, o jornal “nascia automaticamente”, jornal eram “actas do dia”, Século muda com Jorge de Brito, o “jornal que espera”, o “jornal que prevê”, incêndios 2017.

Mário Zambujal – Parte 4

0:01:24 publicidade “ganchos por fora”, nunca noticiou a pedido anunciante
0:05:09 no Século Jorge de Brito interesse autoestradas, caso “quina na primeira página”, Manuel Figueira,
0:07:46 independência, intitular, conselho Cunha Rego, diretor Diário Notícias, hoje “põe o gajo a dizer isto que eu já tenho título”
0:14:18 o Sete imaginado António Rolo Duarte, da PROJORNAL, António Macedo, Isabel Pinhão, Maria João Rolo Duarte, parecer José Carlos Vasconcelos e Assis Pacheco, mundo espetáculo “vendemos o que ele vende”
0:18:13 Sete arquivo fotográfico pequeno, repetíamos o cantor Vitorino
0:19:21 no Sete fragilidade: sabia menos de espetáculos que muitos repórteres, “ eu era melhor que eles a pegar em textos e fotografias e fazer um jornal”,
0:20:33 “O jornalismo é escolha”, hierarquizar informação
0:23:10 “não gosto offset”, Diário de Lisboa, “obrigatoriedade letras grandes”, sempre a fábrica de Alhandra,
0:25:31 o Sete “não vivia da urgência informativa, mas do planear”
0:26:51 hoje redações silenciosas, sem fumo, matraquear máquinas de escrever, burburinho, hoje muitas mulheres jornalistas
0:28:30 “não fiz esforço para acompanhar tecnologia”
0:29:12 convite para televisão, “fazer um programa novo”, Serafim Marques (Cordeiro do Vale), Noronha Feio, José Esteves, 1977, “ainda tudo em guerra”, importância “diplomacia”
0:33:24 “também fui firme”, Eduardo Guerra Carneiro, Século,
0:35:10 sitcoms na televisão, boémia jornalística, Hipopótamo, José Mensurado, Pimenta, passar folgas na redação.

Mário Zambujal – Parte 5

0:00:12 escrevia para empresa Carlos Cruz, Teatro Maria Vitória, Ivone Silva, Eugénio Salvador, Francisco Nicholson convidou-me “Grande Encontro”, primeiro dia “eu não quero ficar nisto”, “mas não posso ir embora”,
0:02:50 “Quem conta um conto”, programa inventado por mim, Canal 2, direção João Galego Esteves, Rita Ferro, Afonso Praça, Carlos Pinto Coelho, Margarida Marante, José Nuno Martins, “pena não ter chegado a entrevistar António Variações”
0:07:32 trabalho de equipa, exposição de ideias, chefe decide
0:08:00 programa “Semana que vem”, “bem sacado”, “vivia de boa planificação”
0:10:08 “Grande Encontro”, domingo, fim da tarde, RTP1, “amaldiçoado por mulheres do meu país”
0:11:06 primeira vez que viu televisão, casa do pai, televisão passou a estar-se mais em casa, menos idas teatro, cinema, clube recreativo, diminui convívio, a imprensa fez páginas de televisão, João Gobern livro “Quando a televisão parava o país”

Mário Zambujal – Parte 6

0:00:09 televisão “tornei-me mais conhecido”, “o que melhor fiz tinha a ver com escrita”
0:02:36 “Pão com Manteiga”, programa rádio, José Duarte, Carlos Cruz, trabalho de equipa
0:06:42 adaptação velhas séries americanas e originais; aulas pós-graduação Guionismo, Universidade Porto, ensina-se recipiente “a diferença é o que se põe lá dentro”, Solnado, Cortez, rábulas de Gil Ribeiro, “escrevi todo “Nós os Ricos”, Nico d’Obra”, Nicolau Breyner, ficção “liberdade absoluta”
0:12:34 recusa da proposta de Mega Ferreira para escrever para o Círculo de Leitores,
0:15:50 saída da televisão, após vinte anos, “já não tinha graça”, Dinis d’Abreu,
0:18:58 construção do jornal, hierarquizar notícias, fotografias conferência de imprensa, “não me tragam pés de pessoas”, número de caracteres “sujeição da importância do acontecimento para ficar bonito”, “eu era gráfico quando comecei”, Carlos Pinhão, Victor Santos, Aurélio Farinha, agora “capa é uma montra”

Mário Zambujal – Parte 7

0:00:50 competência pessoal “sou lúcido”, “esperamos informação e prazer da leitura”, o que significa: “mas o que está em cima da mesa é isto”?
0:10:20 programas desportivos atuais, “a briga é chamativa”, “malcriação dá audiências”, responsabilidade dos diretores de informação, diferenças dos programas que fez, convidados e linguagem,
0:15:24 “escrita pode ser um prazer ou um sacrifício”, autor não escritor,
0:19:44 “portugueses têm boa ideia dos jornalistas”, a maior qualidade do jornal e do jornalista é “credibilidade”, boa prática “o sentido do rigor em relação aos factos”, “sentido de rigor das palavras”

A referência bibliográfica desta entrevista deverá ser feita da seguinte forma: Barros, J.; Barbosa, P. (2018). Entrevista a Mário Zambujal. Arquivo de Memória Oral das Profissões da Comunicação. Disponível em: https://amopc.org/mario-zambujal/

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