Manuela Serrão – Parte 4 de 5

Projeto AMOPC – Arquivo de Memória Oral das Profissões da Comunicação

Manuela Serrão em conversa com Mafalda Eiró Gomes registado por Cláudia Figueiredo Lisboa, 24 de Julho de 2017

parte 4 de 5 transcrita por paulo nov. 2018

Manuela Serrão aos 0:00:07.259

—Manuela serrão: Bom relativamente por exemplo eu quando comecei pouco tempo depois estar na publicidade estive numa agência onde o criativo era um escritor e jornalista que por acaso era uma excelente um excelente profissional porque tinha de facto muita imaginação e capacidade de expressão sabia o que estava a fazer etc etc mas era uma estrela e portanto punha imensas dificuldades por exemplo um dia era suposto eu tinha combinado com ele apresentamos ao cliente um texto já não sei porque um filme não sei o que é e quando quando vou e tínhamos marcado uma reunião com data hora não sei o que é que ando à procura dele tinha ido para férias porque me apeteceu portanto porque é um grande senhor portanto ia para férias quando queria não sei o que dizer isto tinha alguns problemas mas foi só esse nesse aspecto foi só esse quando ao como é que se faziam artes finais se calhar é melhor parar um bocado para dar tempo para corte não… as artes finais eram feitas à mão havia uns senhores chamados artes

Manuela Serrão aos 0:01:29.640

—Manuela serrão: finalistas que vinham normalmente da escola António Arroio E que tinham lá umas coisas que cortavam colavam faziam ou não sei que sim e ficava uma coisa muito bem feitinha tinha tudo muito medido muito certinho muito impecável e ficava tudo muito muito certinho portanto os desenhos e a letra portanto era colada com letra que eu sei como é que se chamava aquilo de colar tudo era colado num papel e comigo aconteceu uma vez uma coisa muito engraçada que ia sendo um sarilho que foi eu ter ido levar as artes finais eram feitas aquilo a campanha era aprovada as Artes finais eram feitas para imprensa e para embalagens e tudo que era gráfico e tinha que ser aprovadas por tanto a aprovação da arte final a partir daí estava feito não mexia mais eu tinha ido fazer a aprovação com cliente internacional Aliás da arte final

Manuela Serrão aos 0:02:41.440

—Manuela serrão: eu estava a trabalhar na agência na altura tinha vários andares e havia um elevador e eu tinha levado de elevador a arte—final para a Sala de reuniões Sim senhora aprovada arte—final tudo bem rever a arte final era uma coisa ultra importante porque se aquilo tinha um erro era o fim tudo bem eis senão quando sai o anúncio e eu tenho um telefonema do cliente a dizer esta frase está mal Isto não pode ser Isto não estava na arte final assim falta uma virgula eu vou ver e faltava a virgula e eu tinha revisto a arte Final e tinha a certeza que a virgula estava lá Fui ao arte finalista fazer outra vez arte—final aí acabava era fazer outra vez e tirar do ar e tornar a pôr e não sei o quê E ele realmente cadê a arte—final a arte final não tinha a virgula faz favor poes a virgula não sei o que é e ele jurava que tinha posto a virgula e eu também vou outra vez com arte final para aprovar ao cliente outra vez no elevador Quando saio da reunião e vou a subir o elevador olho de repente para o chão e vejo uma coisa minúscula no chão que era a virgula que se descolava e que se tinha descolado pela segunda vez

Manuela Serrão aos 0:04:11.790

—Manuela serrão: aquilo era uma coisa mínima não é Então estava esclarecido o mistério da dita virgula isto foi uma cena pronto com artes finais porque eram realmente umas coisas que estavam era a obra de arte pura ali quietinha ali e não mexia Pronto E uma virgula era muito importante portanto era tudo completamente feita à mão era uma das coisas que levava mais tempo a fazer era uma arte final bom se era só texto enfim mas mas se não era levava muito tempo a fazer e depois essa arte—final ia a uma maquina e era gravado nas gravuras em metal chumbo e depois essa gravura é que ia para máquina da gráfica para imprimir para o jornal para onde fosse. portanto foram para eram essas placas de chumbo que eu andei no Bairro Alto a distribuir várias vezes pronto e os artes finalistas eram sempre umas pessoas como as mãos preciosas porque aquilo era de facto tudo ao milímetro tudo tudo muito bem feito e completamente precioso de facto tinha que ser —Mafalda Eiro Gomes: e o espaço a Grelha o espaço era uma coisa muito rígida

Manuela Serrão aos 0:05:39.110

—Manuela serrão: sim tinha que ser tinha que ser aquele espaço aquele espaço que era comprado digamos e pronto e não havia outro

Manuela Serrão aos 0:05:46.500

—Mafalda Eiro Gomes: com o diálogo era com que outros profissionais artes finalistas as impressoras —Manuela serrão: sim havia… quer dizer a partir da partir da data da aprovação de uma arte final tudo isso entrava na zona da produção nas agências portanto havia um produtor um responsável pela produção que mandava mandava arte final para fazer o que tinha que fazer revia provas e nós íamos muitas e so vinha a nós para ir depois ao cliente aprovar provas quando o cliente cria aprovar prova às vezes não queria o mesmo no fundo era a mesma a mesma a mesma digamos a mesma sequência de um filme tanto um filme tinha um Storyboard um desenho raramente eu vi a não ser na tal companha que disse a bocado do código postal em que fiz mesmo em 8 milímetros raramente vi feito em vídeo fosse o que fosse era normalmente a mão mesmo Ultimamente já já com com com vidro instalado VHS de qualquer maneira ainda muito feita à mão e o cliente aprovava um Storyboard que lhe era contado mais ou menos teatralmente para ele conseguir ver o que era sempre uma coisa difícil isso é Aliás um problema complicado na publicidade para um cliente

Manuela Serrão aos 0:07:17.590

—Manuela serrão: conseguir imaginar o que estamos a dizer é preciso que ele tenha uma capacidade visual muito grande e Nem toda a gente tem essa capacidade visual há muita gente que não consegue ver no espaço está a ver isto vai… não está a ver nada portanto muitas vezes ou ele tem confiança Francamente com quem está a dialogar ou se não tem é um grave problema porque ele não tem capacidade para ver no espaço muitas vezes não têm Além de que se os publicitários são inseguros naquilo que estão a fazer do que a gente nunca sabe muito bem ao certo não pode jurar que é que vai dar resultado Os clientes são mais que nós porque estão do lado da empresa porque tem um patrão em cima que lhes chaga a cabeça portanto é difícil portanto no caso do uso dos filmes eram Storyboard uma vez o Storyboard feito produtora A produtora vinha contar mais ou menos como é que imaginava aquele aquele filme sim não ou quem dera E iamos para para para para a produção própria mente para as filmagens portanto recrutar modelos fazer reperage de locais etc os modelos eram

Manuela Serrão aos 0:08:32.820

—Manuela serrão: todos aprovados pelo cliente também Portanto tínhamos que levar fotos ou vídeos ou era era um book livro de fotografias do modelo para mostrar que era versátil em vários Desculpa estou a a mexer muito era versátil em várias coisas ou então vídeo Ultimamente já é de agora sim os modelos éramos mostrados em vídeo pronto e tínhamos sessões com o cliente para escolher o modelo nós levamos aqueles que propúnhamos Mas às vezes o cliente não gostava desse ou daquele nós tínhamos que explicar porque é que o nosso preferido era este ou porque sabíamos que ele tinha melhor acting ou porque se mexia melhor porque sorrir melhor ou tinha umas mãos masi não sei o que coisas que o cliente não via muitas vezes no vídeo nem no Storyboard e depois passávamos a produção e nas filmagens estava sempre alguém da agência Eu pessoalmente Sempre Fui contra os meus colegas que não gostava nada de estar nas filmagens em nome do cliente preferia estar eu a estar o cliente o cliente nas filmagens que quer muitas vezes ir e havia clientes que iam havia os dois típicos clientes os que iam porque gostavam de ir e meter a colherada e os que não iam para poderem dizer mal e recusar bom um cliente que estava nas filmagens Então não mais dizia que não não é um cliente que não estava podia dizer que estava tudo mal Eu pessoalmente Sempre achei os criativos não gostavam que a área do contacto estiveste nas filmagens Mas eu sempre fui sempre fui sempre mandei ir os que trabalhavam

Manuela Serrão aos 0:10:25.790

—Manuela serrão: comigo e aprende—se muitíssimo muito Não só não só em termos de comunicação como em termos de como é que uma equipa trabalha e as coisas importantes uma das coisas que os clientes diziam muitas vezes é porque é que está aqui tanta gente isto É caríssimo porque vocês têm aqui pessoal a mais e não percebem que de repente é preciso de um fio Não sei que está ali um fulano que está toda a tarde a espera que pensam um fio Se eu não estiver lá quando é preciso frio não há quem dê outras coisas parecidas depois da filmagem Havia sempre uma uma cópia de montagem no primeira montagem que era apresentado ao cliente também mais uma vez cliente sim Não ou Quem dera se fosse aprovada muito bem Se não fosse tinha que se remontar e e depois Finalmente era a sincronização som e imagem também e pronto cliente ainda aprovava só com o som em duas bandas sem ser sem ser síncrono quer dizer síncrono com imagem mas mas não pronto e finalmente eu para ???? Portanto tu levava assim um bom tempo

Manuela Serrão aos 0:11:40.650

—Manuela serrão: e havia coisas engraçadas porque alguns criativos lembre—me de uma vez eu ter chegado uma das agências onde eu cheguei passado passado nem um mes de lá estar o cliente telefone e diz assim isto é muito unfair consigo mas por favor Eu tenho uma campanha à 6 meses à espera que não haja nevoeiro em Peniche como Então o que é que tinha acontecido o criativo insistia que aquilo era bonito era em Peniche o cliente queria imagine só o cliente queria atenção que o criativo era estrangeiro ainda por cima o cliente queria que aquilo fosse mar com barco o postal ilustrado português e ele escolheu Peniche então aí eu tive que fazer uma reunião com toda a gente realizador incluído a dizer que acabou—se Peniche porque ele já porque entretanto realizador já estava o preço do filme estava a subir porque já lá tinha ido 50 vezes telefonaram para lá agora está sol eles iam e quando lá chegavam estava nevoeiro outra vez então então acabou acabou—se peniche e o criativo furioso como é evidente maldita a hora em que eu apareci

Manuela Serrão aos 0:13:00.460

—Mafalda Eiro Gomes: em Cascais funciona —Manuela serrão: perfeitamente furioso completamente furioso comigo porque peniche é que era isto significa que do ponto de vista do contacto tem que haver bom senso por um lado e e e saber falar alto com argumentos de outra porque não se pode deixar um cliente à espera de 6 meses de uma campanha porque o lançamento era atrasado dos produtos atenção isto era numa época porque hoje era inimaginável era atrasado por causa de não havia nevoeiro de Peniche não pode ser outra vez também alguém que me proponha para filmar já não sei o que é um Náufrago uma coisa qualquer destes anos já não sei o que era que fossemos para bermudas era assim uma coisa está a brincar comigo então o preço filme subia por ali acima e além disso toda a equipe contentíssima porque ia para as bermudas não é E eu disse não não é ali na Arrábida naquela praia pequenina que eu já não me lembro como é que se chama agora que fica uma praia que que dá ótimo para ter Náufragos para filmar a Náufragos de facto foi lá que foi filmada o filme toda a gente fica Furiosa comigo não é Pronto mas são coisas engraçadas que se passam

Manuela Serrão aos 0:14:21.870

—Mafalda Eiro Gomes: falou ainda há pouco do packaging não é e do marchandising e da promoção em ponto de venda como é que era essa parte menos glamorosa

Manuela Serrão aos 0:14:46.050

—Manuela serrão: era menos glamour essa parte o packaging o que acontecia é que era importado internacionalmente e era uma tradução ou de facto era de origem e de origem eram os criativos da agência que o desenhavam normalmente nas grandes agências havia alguem que vinha da António Arroio mais uma vez e que tinha mais capacidade para fazer Design packaging e depois também era também era assim era fazer 10 porque o cliente diazia assim Olhe eu quero ver esta embalagem que vocês fizeram que está bastante bem mas gostava que esta letra subisse ligeiramente acima e aqui embaixo talvez por um tracinho preto e nós também mas eu posso fazer isso não mas eu quero ver a maquete e não destruam esta e lembro—me que uma das agências onde eu cheguei o cliente tinha por hábito ver com menos 20 Maquetes deste género todas praticamente iguais a única diferença Porque era a tal história ele era tão inseguro tão inseguro e não tinha nenhuma capacidade de ver no espaço que obrigava a fazer os criativos começaram a ficar completamente fartos já ninguém queria trabalhar para aquela criatura não é isto era uma cena Portanto eu disse três hipóteses e depois não há mais porque e 3 hipoteses diferentes porque este gênero

Manuela Serrão aos 0:16:14.810

—Manuela serrão: não dava Pronto depois disso seguia o caminho normal uma vez aprovado e a fazia—se uma arte final ia para impressora gráfica e havia sempre alguém da agência que a controlar a gráfica às provas a saída das máquinas muitas vezes eu própria também fui às tantas da manhã porque eles começaram a trabalhar à noite e se controlar as provas a ver se estavam certas ver não havia enganos não sei que pronto e isso tudo o packaging era o mesmo muito parecido com cartazes Coisas desse desse tipo lembra—me uma vez uma coisa engraçada de um cliente que chegou lá que era um cliente português de arroz que chegou à agência e disse eu queria uma embalagem para arroz era preciso para aqui era uma embalagem bonita não sei quando a gente fez—lhe uma embalagem de isto e aquilo depois de grande estudos faziamos porque naquela altura fazíamos todos os todos para os locais de venda ver como era como é que não era punha na prateleira tirava da prateleira não sei que isso era tudo menos pelo menos os que trabalhavam comigo eram obrigados a fazer isso para se ter argumentos para dizer ao cliente e fomos mostrar ao cliente mostramos ao cliente lá vendemos a embalagem não sei o que terá tá tá tá Ele ouviu levantou—se e disse não quero saber mais de vocês não fizeram o que eu queria e o que é que o senhor queria queria uma embalagem igual a uma estrangeira exatamente igual e nós dissemos nós não podemos copiar embalagens é proibido portanto não vamos

Manuela Serrão aos 0:17:48.280

—Manuela serrão: arriscar mas é isto que eu quero Então é isso que o senhor quer o senhor faça á sua conta porque nós não fazemos mas o homem levantou—se furioso o criativo que lá estava a apresentar a embalagem mais furioso ficou E eu só lhe disse oiça mas e não quer dizer porque é que se vai porque ele não dizia porque que é que se ia embora não quer dizer—me porque é que se vai embora porque talvez Nós possamos arranjar a coisa e tal não vale a pena não vale a pena eu dizervos nada porque vocês não fizeram que eu queria lá consegui sentar o homem outra vez e la acabamos por fazer mais uma tentativa Mas aquilo nunca deu porque eu só queria aquela só queria a estrangeira portanto não isso também acontecia às vezes a cópia do estrangeiro era muito pedida porque era a segurança quem não tinha muita segurança sobretudo os portugueses pediam o estrangeiro —Mafalda Eiro Gomes: na década de 70 80 e provavelmente hoje a ideia das duplas criativas não como é que era?

Manuela Serrão aos 0:18:53.540

—Manuela serrão: eu passei por tudo nessa área uma dupla criativa se funciona bem se dão muito bem se não sei o que tem de ser uma coisa boa agora se há ali muitos egos já não é uma coisa muito boa pelo contrário por outro lado a certa altura as duplas criativas viciam portanto tem Prós e tem contras depende muito depende muito Não é fácil nem trabalhar com duplas nem sem ser com duplas —Mafalda Eiro Gomes: Para além do ensino de tudo o que fez o que é que gosto mais?

Manuela Serrão aos 0:19:43.330

—Manuela serrão: eu gostei sempre bastante do que fiz sempre gostei mais de trabalhar serviços do que produtos de grande consumo Mas gostei bastante do que fiz claro que a minha grande campanha foi a campanha do código postal por um lado e a outra o lançamento do shoping Amoreiras por outro também foi uma campanha grande mas tive outras que se calhar que estou me estou a esquecer agora é que é injusto Mas estas lembro—me bem Mas estas lembro—me bem —Mafalda Eiro Gomes: em termos de cargos diretora—geral foi fui eu sei que foi da LINTAS mas foi o que gosto mais?

Manuela Serrão aos 0:20:27.030

—Manuela serrão: não não de todo ser diretora geral de uma agência não é naquela altura já não era fácil nada nada fácil ainda por cima multinacional mas numa altura em que a agência em si mesmo internacionalmente estava em crise e —Mafalda Eiro Gomes: foi uma das crises a década de 80 também

Manuela Serrão aos 0:20:54.390

—Manuela serrão: exatamente e o que aconteceu enquanto Portugal esteve muito bem deu a porcentagem de lucro que eles queriam tudo bem Quando se começou a baixar Foi muito complicado mas mas não me importava porque tudo somado eu sempre gostei de trabalhar internacionalmente e tínhamos contactos internacionais e pronto foi bom e permitiu—me fazer o curso de management e etc na América e pronto foi nesse aspecto foi bom mas não era o que eu gostava mais não —Mafalda Eiro Gomes: mas não escolhe uma das funções como não escolhe uma das funções que desempenhou

Manuela Serrão aos 0:21:36.160

—Manuela serrão: não se calhar não escolho gostei de fazer tudo o que fiz não tenho assim uma Gostei muito de ser professora sempre gostei muito de ser professora mas também queria muito ser publicitária também gostei de ser assistente social embora na assistencia social também estive sempre ligada a ligada ao ensino ele sempre foi assim uma coisa que eu gostei sempre ainda hoje gosto tem os seus inconvenientes que é eu gostar sempre de explicar as coisas todas mas pronto —Mafalda Eiro Gomes: poderá aparecer absurda a minha pergunta se e se eu for Peço desculpa do vista da publicidade sentia—se a censura ou não?

Manuela Serrão aos 0:22:17.120

—Manuela serrão: sim Claro como era Claro que se sentia a censura praticamente não era praticamente não era porque nós não não não entravamos por aí mas sabiamos vamos lá ver e não Entramos por aí porque o ambiente em Portugal não era muito de se os consumidores não gostariam muito por exemplo de um certo tipo de piadas de um certo tipo de contexto etc etc Portanto o próprio ambiente em Portugal não era para isso portanto nós não Nós não estávamos muito mas por exemplo eu tive que ter muito cuidado com o que escrevia para o readers digest que não só tinha a censura portuguesa como tinha a CIA do outro lado portanto tive algum algum que ter algum cuidado

Manuela Serrão aos 0:23:26.150

—Mafalda Eiro Gomes: mas esse cuidado era deitado por alguem ou Tinha mesmo instâncias —Manuela serrão: não era era sentido era que era um sentido não não isso não aquilo Não não sei o que é sentido por exemplo no caso do Reader Digest Eu pessoalmente era considerada perigosa comunista portanto era difícil daquele cliente e eu tinha que escolher da revista os temas que deveria publicitar e isso nem sempre acerta mas não também não fosse uma coisa muito obvia

Manuela Serrão aos 0:24:00.309

—Mafalda Eiro Gomes: na imprensa os anúncios passavam alguma Instância prévia? —Manuela serrão: não é o jornal que tinha que mandar nunca éramos nós nunca éramos nós e não me lembro de um anúncio ter voltado para trás não me lembro mas não me lembro Não porque a gente também tivesse um Cuidado muito especial mas é porque o que o próprio contexto nós não íamos sair da cultura nacional de certa maneira portanto não não não havia assim houve assim algumas algumas coisas não sei o que é por acaso até é bem mais tarde de algumas campanhas que foram a chave foram consideradas um pouco mais usadas não sei que em termos de costumes por isso é bom

Manuela Serrão aos 0:25:00.799

—Mafalda Eiro Gomes: por acaso em termos de costumes eu estava a pensar algumas campanhas que foram adiadas à espera de contexto estava a pensar por exemplo a entrada de mais de nús por exemplo não foi adiada em relação ao que se estava a fazer na Europa em relação aos perfumes por exemplo —Manuela serrão: mas por exemplo mas por exemplo nesse aspecto havia certa altura o problema dos carros os carros eram todos vendidos com pin ups ainda hoje só ainda hoje são bastante bon e lembro—me que nós na agência que tínhamos um carro fugimos disso e não porpunhamos isso mas éramos nós que não procuramos e nunca nos foi imposto está bem fazer isso

Manuela Serrão aos 0:25:52.910

—Mafalda Eiro Gomes: mas mas também se mantém —Manuela serrão: como?

Manuela Serrão aos 0:25:52.910

—Mafalda Eiro Gomes: as pin ups continuam—se a manter —Manuela serrão: sim sim sim sim mas eu acho que pronto as pessoas que propõe certas Coisas quer dizer eu costumava dizer que eu nunca levei uma campanha um cliente que achava que ele não podia aprovar porque eu sabia que ele não aprovava eu não levava e sabia pelos critérios do cliente porque é que ele não ia a provar E eu achava que ele tinha razão não portanto não levava levei muitas coisas que muitas vezes voltaram para trás como é evidente mas não deixava passar certas coisas como por exemplo essa história das pin ups se me viessem trazer isso não levava ao cliente. e e portanto nunca tive muitos muitos problemas tive mais problemas com os colegas do que com o cliente normalmente não tive
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