José Pote Magriço – Parte 13 de 27

Entrevistado por Paulo Barbosa – Registado por Cláudia Figueiredo em Lisboa 11 Julho de 2017.
Aberturas de novos canais na RTP * Casos de falhas com directos.


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P Barbosa— Quando a RTP passa a emitir a RTP internacional e depois outros canais, que implicações técnicas é que teve nas salas de emissão da RTP?
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JP Magriço— É assim, as unidades, portanto, tendo eu mentalmente como é que é a estrutura do bloco, são blocos de unidades que estão associadas, para além de de o núcleo, o Hard Core de, toda a estrutura é, o Core efectivo, é o os serves. Estão a ver Os serves é onde. Agora que tipo de serves e que de tipos de volumes de serves é que existem? Há os serves de input, portanto, que é o indigest do sistema, em que quer tenham origem digital já original ou qualquer um dos formatos que se queiram inserir e aplicar por conversão na estrutura digital que está contida dentro dos serves, portanto, tem que se processar essas conversões têm que ser todas processadas no interface, ou seja, na unidade de entrada. Uma vez colocada lá dentro, há que garantir que há uma identificação dos conteúdos, portanto, aí a necessidade de ter um uma estrutura de metadados, que permita aceder através do browsing ou através de qualquer processo de pesquisa aos conteúdos que estão associados a esta informação, e se o sinal é um SD ou é um HD, qual é a taxa de compressão que o sinal deve de acordo com… normalmente não se faz, a saída de DVD, por exemplo, imagine um DVD tem 16 bits, por exemplo, para o áudio, bem, mas se eu quiser que aqueles conversores passe para 48, 48 bits, ou qualquer outra informação, ou que a taxa de refrescagem ou de amostragem seja outra, ou, quer dizer, qualquer outros parâmetros que se irão modificar no sinal que está a entrada, portanto, a entrada tem um determinado tipo de características, tem que ser, fazer, feito, o up scaling ou uma informação convertida de um para o outro, de maneira que se adapte àquela, às parametrizações que estão contidas dentro das normas. Não é uma miscelânea lá dentro, tem que lá dentro, tem que todos os sinais terem um valor semelhante para serem redistribuídos depois, por outros conversores, de acordo com as necessidades em cada um dos lados. Quer dizer que neste Core onde está resumido os serves, podem ser serves de entrada, só para residentes que podem ter ou não controlo de qualidade na entrada, também pode ter. Entidades que estão ali a supervisionar e que não deixam entrar coisas que estejam com defeitos ou, rupturas ou outro qualquer. E uma vez entrando nos serves de edição, por exemplo, que é fundamental, estão disponíveis para que o operador possa conjugar de acordo com o alinhamento, ou de acordo com a sua seleção, uma sequência de imagens e de áudio etc., mantê-los num determinado valor, isto com taxas de compressão definidas e, portanto, edita e agora esse… uma vez consentido a emissão desse conteúdo que está na edição, passa para o nível da transmissão, por exemplo, e aí já há o server próprio, que tem o conteúdo já transformado, que sofreu, que teve origem num indigest, em bruto, por exemplo, foi segmentado e foi montado, editado de uma forma selectiva, passa à outra fase que é a fase da emissão, depois do server de emissão, e ainda é encaminhado pelas várias continuidades, ou seja, de acordo com as necessidades das listagens de programação de cada uma das emissões irá ser veiculado todo esse conteúdo no tempo certo, a hora que se pretender, em comum ou fora do comum, ou de acordo com o tipo de emissão que estiver a decorrer, separados ou não. E agora temos edições que são específicas para um canal, outro canal e que não entra nos outros, portanto, mas eles todos vão estar disponíveis num server que é comum e observa que vai satisfazer os alinhamentos de cada uma das emissões.
0:04:38.060
P Barbosa— Mas quando apareceram estes novos canais dentro da RTP vocês tiveram que criar novas salas de emissão e cada uma com o seu server ou conseguiram partilhar a mesma rede?
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JP Magriço— Já as mesas, as mesas de continuidade, todas elas, há uns anos atrás, já o processamento digital, todas elas tinham várias entradas, ou duas ou três entradas, ou seja, quer dizer que no mesmo painel posso estar a controlar duas ou três emissões. Quer dizer que têm barramentos diferenciados e posso digo agora estou a alterar as condições do barramento A ou do barramento B, e posso fazer as transições. É, o que tenho que estar atento é quando estou a misturar um não estou a misturar o outro. Ou quando estou fazer uma ação de controlo sobre continuidade, portanto, pode haver duas ou três mesas que tenham um ou dois ou três canais diferenciados, e que se trabalhe em simultâneo. Agora todo o processo de ir buscar a informação, os coders necessários, e o controlo efectivo é feito por um gestor da listagem que está em consonância com a mesa e controla, faz um engine, ou seja, gera através de um computador aquela mesa e que num determinado momento o conteúdo é colhido no server, esse conteúdo é processado de maneira a entrar na mesa e no momento exacto é disparado no próprio server. Portanto.
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P Barbosa— Mas no caso da RTP internacional vocês conseguiam usar a mesma rede informática, com o mesmo arquivo,
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JP Magriço— É uma única rede informática.
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P Barbosa— para dali tirar em simultâneo para diferentes canais?
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JP Magriço— É uma única rede, ou seja, o back bone da estrutura tem vários associados que pode servir na transferência de que vou transferir este ficheiro pra aqui. Ou transferir o a tal EDL pra aquele e faço a montagem, edição e crio um novo ficheiro com uma nova designação de acordo com o metadado que está associado. Por exemplo, MXF ou qualquer um dos outros meios que estão disponíveis. A taxa de descompressão etc., tudo isso tem que estar num determinado nível e num determinado ambiente que é sereno, sereno quer dizer que deve ter obediência a um determinado número de características que fazem parte da estrutura do próprio server. E, agora, há unidades que fazem a gestão dos bus, estão a ver? Os barramentos de comunicação e os portes, quer nas entradas de cada um dos serves, quer nas saídas dos serves. E esse, os serves têm acoplados não diria acoplados, os portes necessários a cada uma das entidades que estão a necessitar daquilo. Não é fisicamente é aquele. Não quer dizer que não haja um redundante ou outro, não é. Mas que é verdade é que o encaminhamento do sinal, portanto, aquilo é complexo, é uma rede, é uma teia, de interligações que fornecem, entre vários serves, que se podem transferir conteúdos diretamente de server para server, portanto, sem passar por mesas de controlo nem nada. Portanto, é o próprio sistema que faz a transferência dentro dos próprios serves, dos ficheiros, para disponibilizar depois na tal listagem… os ficheiros que não estiverem presentes terão uma cor, por exemplo, estão lá ou estão em transição ou estão disponíveis ou não estão disponíveis, mas para a emissão é preciso em cada uma dessas mesas, são sete, oito, dez programas que estão no ar, e portanto há a necessidade de gerir cada uma delas de acordo com os portes que estão associados aos serves. Ah, e paralelamente a isto tudo, existem máquinas de formato digital, que estão a correr com o mesmo conteúdo. Tal como o LMS, tinha uma máquina que garantia, porque no caso do server falhar, tem que haver alguém…
0:08:52.050
P Barbosa— Tem que haver redundância.
0:08:52.050
JP Magriço— Tem que haver uma redundância.
0:08:55.460
P Barbosa— Para cada um dos canais tem que haver uma opção dessa.
0:08:55.460
JP Magriço— Portanto, vamos admitir que só não há redundância quando é uma emissão em direto, não tem redundância.
0:09:00.160
P Barbosa— Sim, sim, sim.
0:09:05.390
JP Magriço— Tem é… a redundância pode residir no quê, num feixe, numa fibra ótica, que tem um paralelo, uma falhou tem outra, portanto, pode haver sempre… o grau de segurança numa estação de televisão que garante, ou quer garantir uma emissão sem interrupções ou falhas significativas tem que ter meios associados com capacidade de um momento para outro poder ter uma solução. Portanto, não é, não é solução de pôr o aguardamos a emissão, aquele slide famoso, não é. Portanto, não é isso que se pretendente da estrutura. Eu, durante o tempo em que tive na manutenção, senti o peso da afetação de uma emissão em direto. Uma pessoa sentir que é iminente uma falha, portanto, as falhas não dizem quando vão aparecer, portanto, não há nenhum sintoma às tantas e a a probabilidade de acontecer uma falha num cabo ou eu posso dizer que um cabo que se encontra à distância de um metro no equipamento se tiverem as ligações bem feitas, terá a possibilidade de, por exemplo, se forem 270 mega bits na transferência de informação, a probabilidade de haver uma falha de um bit, entre uma máquina e outra, se na origem forem fornecidos os sinais, como deve ser não é, se na origem estiver tudo bem, a falha num cabo é um bit num século, portanto, ter uma noção de que… mas também pode ser um bit em em cada segundo e não haver pertubações no no sistema, mas esse bit não pode ocorrer no nos sinais de controlo, no próprio sistema de transmissão. Ou seja, o sistema SDI tem possibilidades de fazer compensação de EDH, é o Error Detection Handling, ou seja, pode, no final, como é um sinal que tem tem um controlo sem hand shake ou seja, sem garantir que ó, enviei isto, assim enviei, então diz-me o que que eu enviei para eu comparar com aquilo que enviei, vamos dizer afinal foi isso que eu enviei. Portanto, essa redundância dentro do hand shake, não é, não existe. O que tem que existir é uma redundância, uma codificação da forma que no final, porque é o sinal contínuo que percorre, tem que haver informação suficiente na origem para que a deteção no destino de que houve falha e a probabilidade de corrigir é 100{eac6b5875ddae926700b2c4e8464bb0ece25601256fda3402f3cffca93cca374}. No entanto isso pressupõe códigos e redundâncias de informação para que seja possível no final detetar qual é a falha e corrigi-la.

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