Alexandre Pomar

Alexandre Gomes Pomar, conhecido por Alexandre Pomar, nasceu a 25 de novembro de 1947 e é filho do pintor Júlio Pomar. Frequentou o curso de História e o curso de Filosofia, que não concluiu. Começou a trabalhar com 20 anos, como técnico de psicologia. Foi psicólogo militar durante 3 anos, em Caxias. Teve uma breve passagem pelo Partido Comunista Português e depois disso nunca mais se filiou em nenhum partido político, apesar de a atividade política ter estado muito presente no seu percurso profissional.
Entrou a 13 de maio de 1975 no Jornal Novo. Em finais de 1976 foi para o Diário de Notícias, também como jornalista da área da política. Passou depois para a área da cultura, não por vontade própria. Ficou no Diário de Notícias até 1984, mas a partir de 1981 já estava, também, no Expresso, acumulando funções nos dois jornais, na área da cultura.
Em 1994 deixou de ser editor da área da cultura, no Expresso, mas manteve-se como jornalista nesse semanário até 2007.
Devido à sua atividade política, sabia que a revolução de 25 de Abril de 1974 iria acontecer. Esse acontecimento foi determinante para a escolha do jornalismo como profissão.
Considerando o contexto jornalístico atual – muito diferente a vários níveis -, voltaria a escolher a mesma profissão.
Lê habitualmente dois jornais franceses: o Le Monde e o Libération. No panorama português, destaca o Público, o Observador e o Expresso (atualmente, o único que compra em papel).

Projeto Jornalistas na Revolução, Arquivo de Memória Oral das Profissões da Comunicação, com Alexandre Pomar em conversa com Anabela de Sousa Lopes. Registado por Miguel Carrapiço, nos Estúdios TV da Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, a 7 de junho de 2021.

Alexandre Pomar parte 1 de 2

Alexandre Pomar

parte 1 de 2

Entrevistado por Anabela de Sousa Lopes. Registado por Miguel Carrapiço, nos Estúdios TV da Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, a 7 de junho de 2021.

Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 0M37S – – O nascimento de Alexandre Gomes Pomar (Alexandre Pomar), em Lisboa, a 25 de novembro de 1947.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 0M54S – – A frequência do curso de História e, depois, de Filosofia… “sempre a tentar o máximo de adiamentos”. A ida para a tropa sem ter concluído o curso de Filosofia, aos 25 anos.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 1M18S – – O francês como segunda língua.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 1M29S – – O pai, o pintor Júlio Pomar, e a mãe, professora de liceu.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 1M42S – – O início do percurso profissional, aos 20 anos, como técnico de psicologia. Psicólogo militar durante 3 anos, em Caxias (“não sei bem como”).
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 3M23S – – A colaboração efémera no Jornal de Notícias, na área do desporto; a entrada no Jornal Novo (em Lisboa: “pedi emprego ao Portela filho”); o interesse pela atividade política.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 4M55S – – A atividade política e o jornalismo, em acumulação. “Sempre militei contra a ideia da incompatibilidade entre a atividade política e o jornalismo”. Na tropa já tinha atividade política.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 6M17S – – Presos políticos na família. Breve passagem pelo PCP, com cerca de 14 anos. “Felizmente, saí logo” (um ano ou dois de permanência).
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 7M57S – – A entrada no Jornal Novo, a 13 de maio de 1975. Ocupou-se de questões sindicais, mas rapidamente passou a tratar assuntos ligados à política e fez também comentário político.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 8M51S – – A entrada no Diário de Notícias, em finais de 1976 (primeiro para a política e mais tarde para a cultura – “Fui para a cultura, de castigo”), onde ficou até 1984. A partir de 1981 acumulava com o jornal Expresso – nessa fase, na área da cultura, nos dois jornais.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 13M6S – – Não queria a cultura, muito menos artes plásticas (“havendo o meu Pai…”). Mas a colaboração com o Expresso começou pela cultura, onde ficou até 2007. Em 1994 sai de editor, mas continua como jornalista.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 14M22S – – A saída do Expresso. Quando lhe propuseram a saída do jornal, aceitou imediatamente porque as condições eram favoráveis. “Tive muita sorte”. Outro aspeto positivo foi a entrada para a Caixa de Jornalistas, a 13 de maio de 1975. Intervalo de apenas 4 ou 5 meses como desempregado. Antes de ter 60 anos conseguiu “meter os papéis para a reforma”.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 16M41S – – Os cargos que ocupou nos jornais. A importância da função de editor no Expresso.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 20M33S – – A ausência de formação em jornalismo. “Acho que não era só eu que não tinha respeito nenhum pela ideia dos cursos de jornalismo”.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 23M8S – – O período de 1974 a 1976. Jornal Novo ligado ao Partido Socialista. “No verão quente foi um jornal muito interventivo”. Trabalhando nesse jornal “não era fácil ir assistir a um plenário de comissões de trabalhadores ao Barreiro”; proteção policial.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 26M39S – – O trabalho no Diário de Notícias, no contexto da direção de Mário Mesquita. Ida ao Alentejo com António Barreto, antes das desocupações. “Eram tempos tensos, em que a confiança política era muito importante”.
Alexandre Pomar parte 1 de 2 aos 28M3S – – O 25 de Abril de 1974. “Passei o tempo a avisar as pessoas de que ia haver um movimento militar. Ninguém acreditava”.

Alexandre Pomar parte 2 de 2

Alexandre Pomar

parte 2 de 2

Entrevistado por Anabela de Sousa Lopes. Registado por Miguel Carrapiço, nos Estúdios TV da Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, a 7 de junho de 2021.

Alexandre Pomar parte 2 de 2 aos 0M11S – – O quotidiano como jornalista. Foi sindicalizado e membro da comissão de trabalhadores.
Alexandre Pomar parte 2 de 2 aos 4M20S – – A preparação de textos para as intervenções do general Ramalho Eanes. Ligação ao Conselho da Revolução.
Alexandre Pomar parte 2 de 2 aos 5M31S – – As mudanças tecnológicas no jornalismo. No Jornal Novo “já escrevia numas folhas grandes com uma série de códigos, mas acabavam numa datilógrafa”; “eu nunca escrevi bem à máquina”. A informatização no Expresso; usavam-se templates, “o que nunca funcionou, também. No meu tempo íamos sempre ao paginador”. Também antes, no Diário de Notícias, “paginava-se diretamente com o paginador”.
Alexandre Pomar parte 2 de 2 aos 11M40S – – O reconhecimento familiar e dos amigos durante a atividade como jornalista.
Alexandre Pomar parte 2 de 2 aos 18M9S – – O reconhecimento atual da atividade jornalística.
Alexandre Pomar parte 2 de 2 aos 21M7S – – O 25 de Abril foi determinante para criar a vontade de ser jornalista. “Fiz sempre o que me apeteceu nos jornais – com o castigo de não ter podido continuar na política!”.
Alexandre Pomar parte 2 de 2 aos 23M56S – – A eventual escolha da profissão, no atual contexto. Nota grande quantidade de erros, gralhas, falta de informação sobre os assuntos. A informatização na parte do arquivo “complicou tudo”.
Alexandre Pomar parte 2 de 2 aos 28M5S – – O seu consumo de informação: o Le Monde e o Libération; o Público e o Observador (este, “muito bom na crítica de livros”); e o Expresso, depois de muitos anos sem o adquirir (atualmente, o único que compra em papel).
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