Entrevistado por Paulo Barbosa – Registado por Cláudia Figueiredo Lisboa 11 Julho de 2017
Origens – Formação – Escola Fonseca Benevides – IMAVE telescola – RTP
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PB — Então é dia 11 de julho de 2017, estamos nos estúdios da Escola Superior de Comunicação Social, o meu nome é Paulo Barbosa, vamos fazer a entrevista de história oral com o engenheiro Pote Magriço. Quem está a fazer a gravação de vídeo é Cláudia Figueiredo. Então, senhor Pote Magriço, obrigadíssimo por ter aceite o convite.
PM — Queria agradecer também.
PB — Vamos lá então ter a nossa conversa a ver se seguimos uma ordem cronológica.
PM — Certo.
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PB — E por lá mais para o fim eu ia lhe fazer algumas perguntas mais de termos gerais, em termos de o que notou de grandes diferenças ao longo da sua carreira, para vá lá, uma leitura mais abrangente e até para ver do seu ponto de vista, mostrar do seu ponto de vista a evolução que acha que se deu dentro das televisões, da área profissional de onde esteve inserido. Mas, para começar, ia lhe fazer uma pergunta que era para, no fundo, as pessoas perceberem com quem é que estamos a falar. Se nos conseguir falar sobre o seu passado em termos de onde é que nasceu, quem eram os seus pais, que escolaridade e profissões é que tinham os seus pais, mais ou menos de onde é que o Sr. Pote Magriço vem.
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PM — Pronto, eu tenho origem ribatejana, portanto, nasci numa aldeia, Glória do Ribatejo, em 1950, e os meus pais eram comerciantes, tinham uma atividade relacionada com o fornecimento de víveres e outros produtos para a população na aldeia. Eu tive acesso, de certa forma, digamos, ao ensino, durante, digamos, o período escolar, frequentei até a quarta classe, que era assim que se designava, e depois fiz a frequência para o liceu e para a escola industrial em Santarém. E passei, digamos, a frequentar um curso que na perspetiva dos meus pais eram, eu seria continuador, digamos, da profissão e da atividade que eles desempenhavam. Quando cheguei ao terceiro ano desse curso, comecei a verificar que não era, digamos, o interesse máximo por ele, e nesse momento desenvolveu-se também na área onde eu nasci, na escola criou-se uma nova escola industrial da época, que tinha uma relação de delegação de uma escola de Lisboa, a Escola Fonseca Benevides que se dedicava aos cursos relacionados com a atividade mais radiotécnica e essa escola, digamos, tinha professores que, digamos, tinham origem num centro emissor que existia na minha aldeia,
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PB — Como é que se chamava a aldeia?
PM — A aldeia era Glória do Ribatejo. Portanto, foi sempre durante esse período que estive em Santarém temporariamente, depois regressei e ingressei nos cursos que existiam, na época, de montador radiotécnico. Esses cursos, digamos, de ordem técnica existiam nas escolas industriais, como, deixaram mais tarde de existir. Eu frequentei lá, digamos, o curso de montador radiotécnico, que era assim que se designava na época. Quando, digamos, concluí esse curso vim para Lisboa e depois na altura era necessário para aceder ao técnico, para aceder à escola, o instituto industrial da época, que agora é designado por ISEL, tinha que se frequentar um curso complementar. Portanto, fiz o curso complementar e depois, só mais tarde já, com alguma idade, é que fiz a entrada, o ingresso no técnico.
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PB — Só para no situarmos, o curso complementar é o nosso décimo
PM — Décimo segundo. É o equivalente neste momento ao 11º, 12º, que era uma exigência na altura para ter acesso aos cursos superiores.
PB — Mas esse já foi feito em Lisboa.
PM — Já. Foi feito em Lisboa, já, portanto, depois de vir para Lisboa.
Portanto, a minha origem na área do conhecimento começou com a minha curiosidade em querer saber alguns aspetos de ordem técnica, na altura, já aos 7 anos eu mostrei interesses no conhecimento de como é que funcionava a televisão, isto em 1957, quando surgiu a televisão. A partir daí, digamos, uma vez que a profissão veio proporcionar conhecimentos nesta área, procurei também integrar-me dentro de uma atividade que fosse, digamos, associada, digamos, á produção de televisão. E para isso, durante três anos, estive como tarefeiro, no In