José Manuel Inácio – Parte 9 de 15

José Manuel Inácio à conversa com Maria Margarida Colaço Mendes Gaspar e registada por Paulo Barbosa em 2-12-2017 no museu da Rádio voz de Alenquer no âmbito do projecto AMOPC.

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—De que forma é que os colaboradores chegam até à rádio? É a rádio que vai à procura ou são eles que vêm à procura de fazer rádio e de experimentar a rádio?
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—De uma maneira geral são eles que procuram a rádio. Quando eu tinha aqui 50 miúdos praticamente que eram rapazes desde os 16 aos 18, a rádio apareceu, foi uma inovação e eles começaram a vir à rádio e depois começaram a ver fazer os programas, começaram a gostar da rádio e nós começámos a pensar que realmente que eles eram o futuro desta casa e a verdade é que temos aí alguns hoje que são responsáveis e que foram aproveitados e há outros que podem vir no futuro. E como é que a gente os recrutava? Eles apareciam, conviviam connosco aqui e depois nós fazíamos testes de voz. Fazíamos um teste de voz, se realmente ele tinha boa voz, tinha boa dicção, etc e depois começavam a fazer rádio em conjunto com um mais antigo, para fazer a aprendizagem. Naquela altura as coisas eram um pouco mais fáceis porque tínhamos o técnico cá fora não era preciso mexer nas mesas de mistura, a não ser para ligar o microfone o e desligar o microfone, o resto era feito cá fora, era aprender a trabalhar com o gira-discos porque os gira-discos, havia dois gira-discos, um de um lado e de outro. Tínhamos o leitor de cassetes. Portanto tínhamos este gira-discos que está aqui, Tínhamos este leitor de cassetes que está aqui em baixo, esta mesa que está aqui era a mesa que o técnico tinha cá fora e nós lá dentro só tínhamos esta mesa. Esta mesa que servia praticamente para o som, tínhamos um entrada do microfone, tínhamos a saída dos fones e tínhamos, na entrada do microfone, por vezes entrava as chamadas, as chamadas também telefónicas porque o técnico tinha aí assim uma… Não, as chamadas telefónicas entravam diretamente na mesa do técnico cá de fora e assim eles, a gente ia dando-lhe formação, de forma a que eles, até entender que eles estavam capazes de fazer programa. Quando eles estavam capazes começavam a fazer programa, era assim que nós fazíamos o recrutamento, mas eram eles normalmente que apareciam.
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—E há protocolos com escolas para estágios, mesmo de ensino superior?
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—Sim, nós fizemos vários protocolos, algumas escolas dirigiram-se a nós, por exemplo a Escola Profissional de Arruda dos Vinhos dirigiu-se a nós para, e houve muitos miúdos 8, miúdos, homens já, adolescentes que vieram aqui fazer estágio. Aqui com a escola de Alenquer, a Escola Damião de Goes nós montámos lá em colaboração com eles, um estúdio para eles fazerem rádio e terem rádio-escola. Tínhamos parceria com o fundo de desemprego para poder fazer estágios aqui a pessoas que tivessem o curso de comunicação social e que precisavam fazer estágio pagos, eles pagavam, depois nós, quando chegávamos ao fim do estágio, portanto eu tinha que fazer um projeto, aí era eu que fazia o projeto do estágio deles. Mandava para lá, eles aprovavam e depois no final teria que dar a avaliação do estágio, se, normalmente dava sempre positiva não é?Mas também houve alguns deles que acabaram por ficar cá a trabalhar connosco, pelo menos 6 meses ficavam cá trabalhar connosco. Fizemos, tanto a nível de secretaria, tivemos várias pessoas a fazer estágio. Ainda o ano passado, foi, esteve aqui um miúdo na secretaria a fazer estágio, que era da escola de Arruda. E tu também fizeste já estágio não foi? A Flávia também fez cá estágio.

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