Ricardo Parreiras – Parte 2 de 11

HO RP P2

Ricardo Parreiras

parte 2 de 11

Ricardo Parreiras, nasceu em 1929 em Minas Gerais Brasil e trabalha na rádio Inconfidência desde 1948. O radialista exerceu cargos de radioator, chefe dos locutores, produtor de programa de humor, produtor de programas musicais e diretor artístico. Atualmente, apresenta e produz o programa ‘Clube da saudade’, transmitido todas as noites na Rádio Inconfidência desde 2006

Entrevistado por Graziela Vianna e André Melo Mendes em 30 de Agosto e em 13 de Setembro de 2017


RP parte 2 de 11 aos 0 M 3 S – ANDRÉ: Aí o senhor ficou fera no francês?
RP parte 2 de 11 aos 0 M 7 S – GRAZIELA: e o senhor chegou a estudar francês depois?
RP parte 2 de 11 aos 0 M 11 S – —PARREIRAS:Não, depois estudei. Mas, especificamente sobre esse programa de calouros A Hora da Corneta… aí eu tinha que cantar, dei uma ensaiada bem em casa, cheguei lá… os candidatos todos tinham que dar uma passadazinha com o piano, era um piano que acompanhava a gente… então ele… Granada, Granada tal… aí eu “não, pode aumentar um tiquinho” então… (imita o som do piano (canta uma parte de Granada) “Granada, tierra sonada por mi /mi cantar” aí eu, ele ficou assim “tá bom, é isso mesmo, o tom é tal… lá maior e
RP parte 2 de 11 aos 0 M 57 S – tal… vai pra lá. Ah, outro candidato…” tal. E chega, e começa o programa. E vai um candidato, e vai outro… e vai outro, e vai outro… “e agora… José Parreiras” aí eu entro, auditório lotado, meus joelhos tremiam. “Você vai cantar o que?” “Granada, de Agustín Lara” “Oh, vamos ouvir, Granada, bela composição de Agustín Lara… vamos ouvir… com vocês, José Parreiras”. Aí o pianista (imita o sim do piano) … aí eu entrei… (canta) “Granada, tierra sonada por mi/ Mi cantar se vuelve gitano /Cuando
RP parte 2 de 11 aos 1 M 44 S – es para ti… /Mi cantar… hecho de fantasia /Mi cantar, flor de melancolia / Que yo te vengo a dar… / Granada /Tierra ensangrentada…”. E eu fui cantando esperando a corneta tocar… tocar a corneta… e meu joelho tremia e eu cantando aquilo numa tensão danada. Tirava o olhar às vezes assim… e eu fui até o final, a corneta não tocou e eu terminei, o Waldomiro Lobo “vamos aplaudir o novo astro que surge no cenário radiofônico mineiro” e o auditório… (aplaude).
RP parte 2 de 11 aos 2 M 38 S – GRAZIELA: muito bem!E foi marcante porque o senhor não esquece até hoje…
RP parte 2 de 11 aos 2 M 42 S – PARREIRAS:(Eu) fui o melhor da noite e ganhei de prêmio um corte de cashmere, uma garrafa de vinho revoltoso e um pacote de macarrão. (risos)
RP parte 2 de 11 aos 2 M 54 S – GRAZIELA: e o contrato?
RP parte 2 de 11 aos 2 M 55 S – —PARREIRAS:Eu fui correndo pra casa, ô Graziela, ô André… eu fui correndo pra casa com aqueles prêmios que eu ganhei e encontro minha mãe chorando “meu filho é um artista”, me abraçou, e eu “ó o que que eu ganhei de presente”, um corte de cashmere, você sabe o que é né, aqueles cashmere né… de terno… antigamente falava “opa…”, não comprava feito, tinha que mandar fazer… disse “vou mandar fazer uma roupa bonita pra
RP parte 2 de 11 aos 3 M 17 S – mim” e tal… E isso aí me deu coragem, então eu entusiasmei com aquilo, então falei assim gente, então eu canto bem mesmo, aí o que que eu fiz… aí eu já fui sozinho… fui, procurei a Rádio Inconfidência que era a maior emissora, era a terceira maior, ela era a terceira, mas ela já nasceu grande, modéstia à parte, mas a Rádio Inconfidência nasceu grande, né, tem história essa rádio… Então, eu procurei a Rádio Inconfidência
RP parte 2 de 11 aos 3 M 43 S – e falei assim “eu queria cantar num programa de calouros”… “Nós temos aqui um programa que chama Escola de Rádio. Esse programa é o seguinte, você… é um programa semanal, você vai cantando… você não ganha cachê, mas grande ensinamento. Você vai aprender a usar o diafragma, vai se colocar, aprender a colocar voz e tal, mas é uma vez por semana” aí eu “Não, tá… ótimo”… é uma escola de rádio, o nome do programa já indicava,
RP parte 2 de 11 aos 4 M 19 S – e eu me inscrevi e passei a cantar, com o maestro… maestro… é… ô meu Deus… maestro… Elias Solamé, Elias Solamé, ele era o maestro. Elias tocava vários instrumentos, piano, violão, bandolim, esses negócios e eu fiquei amigo dele e ele me ensinava, reunia a turma, falava sobre como deve cantar… e foi muito legal. No final de seis meses que eu estava cantando nessa escola de rádio, houve uma seleção competitiva interna e eu participei claro… e eu fui classificado, primeiro lugar empatado com um outro cantor,
RP parte 2 de 11 aos 5 M 18 S – que é o Paulo Marquez que está em atividade até os dias atuais no Rio de Janeiro… Paulo Marquez. E aí eu assinei o contrato, e aí já passei a ganhar dim dim, entendeu?
RP parte 2 de 11 aos 5 M 30 S – GRAZIELA: Aí que vem o Nome Ricardo Parreiras…
RP parte 2 de 11 aos 5 M 33 S – —PARREIRAS:Aí a gente assinava um contrato, um contrato que é… anual. Chegava no fim do contrato, ele se renovava automaticamente. E eu então comecei… aí começa minha vida profissional como radialista na Rádio Inconfidência. Aí, eu sou muito interessado, e fui… gostava de ver tudo… tudo ao vivo né? Fazendo o rádio teatro né, e eu ia ver como é que era o rádio teatro, ficava na cabine vendo operador fazendo a sonoplastia, com música, aquele negócio todo, vendo os contrarregras, os atores ali e tal, e eu fui achando aquilo
RP parte 2 de 11 aos 6 M 26 S – tudo muito interessante e aos pouquinhos, toda oportunidade, se me oferecia eu pegava. Um dia, o diretor do rádio teatro, Seixas Costa, me falou assim “tem uma pontinha numa coisa assim… quer fazer uma pontinha? Você fica brincando aí falando aí uns negócios de rádio… quer fazer uma pontinha?” eu disse “quero” e fiz a pontinha… Ele gostou e passou de vez em quando a botar eu numa pontinha lá, fui fazendo pontinha até eu passei a fazer papel melhor. Nunca… a grande frustração… eu nunca fiz papel de galã…
RP parte 2 de 11 aos 7 M 3 S – ANDRÉ E -GRAZIELA: (risos)
RP parte 2 de 11 aos 7 M 5 S – PARREIRAS:porque minha voz não era voz de galã…
RP parte 2 de 11 aos 7 M 7 S – ANDRÉ: Mas Como que é a voz de galã?
RP parte 2 de 11 aos 7 M 8 S – PARREIRAS:não tinha a voz bonita… Galã tinha que ter a voz bem empostada, voz redonda né, e minha voz é um pouco taquara rachada, né?
RP parte 2 de 11 aos 7 M 17 S – —GRAZIELA: Não!
RP parte 2 de 11 aos 7 M 20 S – —PARREIRAS:Aí passei a ser radio ator também, e fazia papéis que nós chamamos de papéis centrais, que fazia, vamos dizer… escada para o galã. Mas não fiz galã… Pois bem…
RP parte 2 de 11 aos 7 M 33 S – GRAZIELA: o senhor lembra de alguma Rádio novela…
RP parte 2 de 11 aos 7 M 35 S – —PARREIRAS:Aí um dia me falaram “você não quer produzir um programa humorístico não?” eu disse “eu? Humorista?” “é… tenta escrever um programa humorístico aí” aí eu passei numa banca e comprei uma revistinha de piada… Tinha muito, não sei se ainda existe…
RP parte 2 de 11 aos 7 M 53 S – —ANDRÉ: Tem, tem…
RP parte 2 de 11 aos 7 M 55 S – PARREIRAS:Piadas… Eu pegava uma piada e espichava ela. Pegava uma piada, de três quatro linhas e fazia uma lauda. E botava nome no personagem e tal tal tal, aí o desfecho era aquela piada. Então dentro daquele contexto da piada eu escrevia um programa humorístico…
RP parte 2 de 11 aos 8 M 20 S – GRAZIELA: e qual que era o programa?
RP parte 2 de 11 aos 8 M 22 S – PARREIRAS:(Deu) certo e Eu continuei Como produtor humorístico. Então olha aí… cantor, radio ator, produtor humorístico, então aí… vem um diretor, gosta de mim… eu sempre muito prestativo, tal… modéstia à parte, eu procurava ser o mais simpático possível, né… o mais educado… minha mãe me ensinou isso, né? Tenho o exemplo da minha mãe, que era uma mulher maravilhosa… meu pai era um bronco, mas uma pessoa correta, uma pessoa muito querida na minha terra… e aqui também! Ele era muito querido no Mercado Central… trabalhou no Mercado Central até morrer, e morreu cedo, com cinquenta e nove anos.
RP parte 2 de 11 aos 9 M 5 S – ANDRÉ E -GRAZIELA: Nossa!
RP parte 2 de 11 aos 9 M 6 S – —PARREIRAS:Uma pena, uma hemorragia interna que deu numa cirurgia, mas fica a saudade dele… eu guardo com muito carinho a saudade do meu pai. Mas a minha mãe continuou ali fazendo as suas roupas… costureira, né… Mas eu, então, fui aceitando todas as oportunidades e fiz de tudo, ô Graziela. Eu só não fiz, a frustração, eu só não radiei futebol. Eu era doido com futebol, mas eu achava aquilo tão difícil, porque fala depressa, né?
RP parte 2 de 11 aos 9 M 42 S – Bola pro fulano… e bla bla… e o Zé Augusto Toscano, por exemplo, que você ficou conhecendo… já me chamou várias vezes… vamos lá, você faz os comentários…, não, não vou não…, eu morro de medo. A única coisa que eu não fiz no rádio foi
RP parte 2 de 11 aos 9 M 55 S – transmitir futebol, o resto eu fiz de tudo, Graziela… oh André… fiz de tudo.
RP parte 2 de 11 aos 10 M 1 S – —GRAZIELA: Então, cantor, radio ator…
RP parte 2 de 11 aos 10 M 2 S – —PARREIRAS:Cantor, radio ator, chefe dos locutores, é… produtor humorístico, produtor de musical… eu fazia musical também, inclusive eu fui o primeiro produtor da Clara Nunes quando ela ganhou o concurso A Voz de Ouro ABC, ganhou também em São… São Paulo ela não ganhou o primeiro lugar, ela ficou em terceiro lugar em São Paulo, em âmbito nacional. Era um programa que se chama assim A Voz de Ouro ABC, e a Clara Nunes, que tinha vindo do interior,
RP parte 2 de 11 aos 10 M 31 S – lá de… perto de Paraopeba, por ali, ela veio pra Belo Horizonte pra trabalhar na fábrica de tecidos Renascença, essa menina tinha dezesseis anos… eu conheci a Clara com dezesseis anos, e um dia ela chegou lá na Rádio acompanhada de um amigo nosso lá, um compositor que trabalhava lá também… ele tocava violão e tocava com ela… ela começou a cantar numa igreja, numa igreja evangélica para aquele lado da Renascença, mas ela cantava bonito, aí o cara levou ela lá na Rádio e tal “vim aqui escrever ela aqui na Voz de Ouro ABC” e ela foi, se inscreveu e tal aí ficamos amigos… e eu fui da comissão julgadora, então de
RP parte 2 de 11 aos 11 M 15 S – todos os candidatos… foi, foi um mês de apresentações, aí eliminando, eliminando, a Clara Nunes ficou no primeiro lugar. Eu sempre votei nela, eu falava com a turma… mas era uma meia dúzia de maestros… tinha maestro, tinha músico, tinha locutor… eu fazia parte dessa comissão “pra mim a melhor cantora é essa aí ó… essa tal de Clara Francisca aí”…
RP parte 2 de 11 aos 11 M 39 S – GRAZIELA: Ela…
RP parte 2 de 11 aos 11 M 40 S – PARREIRAS:Clara Francisca Nunes era o Nome dela. Aí “essa Clara, essa menina tem uma voz muito bonita. Eu voto nela”, também, no final todo mundo concordava que ela é realmente a melhor cantora que tinha. Ela ganhou o primeiro lugar em Belo Horizonte. Como o programa…
RP parte 2 de 11 aos 11 M 58 S – GRAZIELA: e era ao vivo?
RP parte 2 de 11 aos 11 M 59 S – —PARREIRAS:…era de âmbito nacional, todas as grandes emissoras do… tinha Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo… e ela foi pra São Paulo no dia da grande final, que juntava os candidatos das outras capitais e ela cantou uma música de Vinicius de Moraes e Tom Jobim… ah, não vou lembrar… não vou lembrar o nome da música e ela cantou e nós lá na Rádio, era onze horas da noite e nós lá… a Rádio era na Feira de Amostra, onde é hoje a Estação Rodoviária, e nós ficamos lá ouvindo e torcendo por ela né…
RP parte 2 de 11 aos 12 M 41 S – e ela fica em terceiro lugar. O primeiro lugar ficou com um cara do Rio Grande do Sul que era um tenor, um vozeirão, aí ninguém ganhava dele, e a Clara ficou em terceiro lugar. Voltando, o nosso diretor (??) “vamos contrata-la”, me chamou “oh, Clara Nunes” aí eu “ô, Clara Nunes, nós ficamos aqui felizes da vida, vendo ao vivo você cantar, torcendo por você”, e tal… “Pois é, ela vai ficar com a gente aqui”, “Ah é?”, “vai ser nossa cantora aqui… leva ela pra sua sala lá…” e eu era assistente da direção artística e escrevia programa
RP parte 2 de 11 aos 13 M 21 S – e tal, e ele falou assim “faz um… escreve alguma coisa sobre ela, e… pra gente lançar ela amanhã. E aproveita e faz a chamada também.” Então… “Amanhã, a estreia de Clara Nunes na Rádio Inconfidência…” fiz a chamada, o locutor gravou, e eu dei o seu nome, o nome do seu pai, Mané Serrador, “qual a sua cidade?”… era… eu esqueço o nome dela…
RP parte 2 de 11 aos 13 M 48 S – GRAZIELA: também não lembro…
RP parte 2 de 11 aos 13 M 50 S – —PARREIRAS:Eu tenho tudo anotado aí, nesse livro aí tem tudo. Mas ela… aí ela… e eu escrevi o programa, quer dizer… então eu tenho esse orgulho de falar que eu fui o primeiro… não é produtor, eu escrevi uns textos lá… eu trabalhei com ela e fui amigo dela, gostava muito dela, e ela gostava muito de mim, porque a gente se dava muito bem, né… uma menina muito humilde, simples, né? Depois, logo depois a Rádio Guarani, que também tinha associados, era grande… ah, veio a TV Itacolomi… quando… a televisão, a televisão… todo mundo queria trabalhar em televisão…
RP parte 2 de 11 aos 14 M 32 S – GRAZIELA: em que ano foi isso?
RP parte 2 de 11 aos 14 M 33 S – PARREIRAS:Todo mundo queria patrocinar a televisão, os anunciantes… isso é uma outra história que nós podemos falar, esse negócio de anunciante. Ela… então ela foi pra Rádio Guarani e fazia Guarani e TV Itacolomi e ficou mais alguns anos aqui e depois foi embora para o Rio de Janeiro e no Rio de Janeiro ela conheceu Adelzon Alves, que deu muita aula pra ela sobre música… fez ela… porque ela cantava, sabe o que que ela cantava? Repertório de Emilinha Borba, aqueles bolerozinhos, aquele negócio, sabe…
RP parte 2 de 11 aos 15 M 10 S – —GRAZIELA: Ah, sim
RP parte 2 de 11 aos 15 M 11 S – PARREIRAS:(Mas) o Adelzon viu na Clara Nunes potencial, e achava… e ela era bonita. Ela fez algumas coisinhas na boca, tinha problema de gengiva e tal, ficou mais bonita e o Adelzon levou ela pro morro. Chegou lá no morro, mostrou pra ela Nelson Cavaquinho, Cartola…
RP parte 2 de 11 aos 15 M 33 S – —GRAZIELA: Olha, que ótimo!
RP parte 2 de 11 aos 15 M 35 S – —PARREIRAS:Aí ela viu aquilo e apaixonou, falou assim “ah, isso é a música brasileira”, e o Adelzon levou ela pra gravadora. Nunca tinha entrado tambores de escola de samba dentro de estúdio de gravação, mas ele brigou com ela e… (??) levou surdo, tamborim, pandeiro, esse negócio todo pra dentro do estúdio e ela gravou e foi o grande acontecimento na vida da Clara Nunes, porque ela começou então cantando samba…
RP parte 2 de 11 aos 16 M 8 S – GRAZIELA: e na Rádio tinha auditório?
RP parte 2 de 11 aos 16 M 10 S – PARREIRAS:aqui em Belo Horizonte? na Rádio Inconfidência? Tinha. Nós tínhamos dois auditórios, um pequeno, no quarto andar da Feira Permanente de Amostras… ah, era um grande… vocês não devem ter conhecido… era um prédio grande, onde é hoje a Estação Rodoviária, uma torre… a Rádio funcionava ali, tinha uma ala pra direita, uma ala pra esquerda com… Feira Permanente de Amostras e mostrava os produtos fabricados em Minas
RP parte 2 de 11 aos 16 M 43 S – Gerais, as pedras preciosas, móveis, coisas… riquezas de Minas Gerais eram mostradas ali, madeiras, toras de madeiras, pedras preciosas, e a Rádio funcionava lá em cima e tinha também um jornal que pertencia… a Rádio é do governo, claro, você sabia?
RP parte 2 de 11 aos 17 M 4 S – GRAZIELA: sim
RP parte 2 de 11 aos 17 M 5 S – PARREIRAS:(a) Rádio é do governo. Podemos falar depois se você quiser…
RP parte 2 de 11 aos 17 M 9 S – GRAZIELA: a gente Pode falar
RP parte 2 de 11 aos 17 M 10 S – —PARREIRAS:… mas ali funcionava… a Rádio Inconfidência tinha esse auditório no quarto andar, para cento e poucas pessoas… dava mais ou menos umas cem pessoas, e a orquestra tocava toda noite… porque tudo era tudo ao vivo, tinha a orquestra, eu cantava, e tinha vários… nós tínhamos um casting de mais ou menos uns trinta cantores. A Rádio foi crescendo, sabe… e a gente era escalado. E a gente olhava na escala “você tá escalado pra cantar no programa tal”…
RP parte 2 de 11 aos 17 M 43 S – GRAZIELA: Mas o senhor ia Todo dia à Rádio?
RP parte 2 de 11 aos 17 M 47 S – PARREIRAS:Todo dia Eu ia à rádio. Porque… aí começou a surgir programas, por exemplo, eu comecei a apresentar programas também…Eu me lembro, o primeiro programa… o nosso presidente, o Elcio Costa, falou assim “nós estamos precisando… nós temos um horário meio morto aqui que é entre o jornal e o… não sei o que… que é mais ou menos sete horas da manhã, que eu tenho um nome que eu gostaria de fazer um programa com esse nome, e eu pensei em você Parreiras, você e o Roberto Nilton. Quem sabe vocês fazem?”
RP parte 2 de 11 aos 18 M 29 S – Mas como é que é? Me dá uma ideia “Ah, vocês vão, chama-se A Hora do Cafezinho… Aí você dá uma notícia ruim, você diz ‘um café amargo pra ele…”um cafezinho bem docinho pra esse belo acontecimento’ e tal” e a gente ia mesclando o bate papo, colocava também horóscopo. Tinha um grande… como é que fala? O nome de quem mexe com horóscopo?
RP parte 2 de 11 aos 18 M 57 S – GRAZIELA: Astrólogo
RP parte 2 de 11 aos 18 M 58 S – PARREIRAS:Astrólogo? tinha um Astrólogo em Belo Horizonte famoso, ele ia, fazia o seu horóscopo… ele inventava aquilo… é só mudar o signo que é a mesma coisa, isso é muito interessante, né? O áries hoje é o peixes de amanhã… (risos)
RP parte 2 de 11 aos 19 M 14 S – —PARREIRAS:Que me desculpe os astrólogos, ah, aliás tá meio desaparecido aquilo, né? Ninguém mais acredita… Mas… então o programa era assim, entremeado com música… era um programa de uma hora e a gente fazia A Hora do Cafezinho. E esse programa foi ficando, ficando, ficando, ficando e teve audiência. No aniversário, o primeiro aniversário, coincidiu com a presença de Carlos Galhardo em Belo Horizonte, que o nosso colega Levi Freire que além de diretor comercial, do departamento de publicidade da Rádio Inconfidência…
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