Maria Natal Mendes Vaz

Maria Natal Mendes Vaz, conhecida por Natal Vaz, é uma jornalista portuguesa, nascida a 25 de dezembro de 1950, em Lisboa. É licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Filha de pai jornalista, inicia, em 1972, a sua colaboração no jornal A Capital como tradutora de peças de agências noticiosas internacionais, sobretudo para os suplementos do periódico. Apenas após o 25 de Abril de 1974 é convidada a ingressar na redação como jornalista, realizando um estágio de dois anos. Mantém-se no jornal durante 10 anos. É naquela redação que vive os meses “quentes” da revolução de 1974-1975, participando em vários plenários de trabalhadores e fazendo reportagens sobre diversas temáticas, designadamente sobre “trabalho e sindicalismo”.
Tem ainda uma breve experiência, em 1976, como colaboradora no jornal Página Um, até que, entre 1983 e 1984, em Cabo Verde, lidera a revista Mudjer. Depois deste período dedicado à imprensa, de regresso a Portugal, entra na agência de notícias ANOP e dedica-se aos assuntos africanos, área em que se especializa como jornalista, mantendo-se, depois, a partir de 1987 e durante 27 anos, na agência Lusa, onde foi editora-adjunta das seções “África” e “Internacional” e redatora principal.
Natal Vaz teve ainda um papel ativo no Sindicato dos Jornalistas, integrando duas direções, enquanto tesoureira (1982-1984 e 1984-1986) e pertenceu à Comissão da Carteira Profissional dos Jornalistas e ao Conselho de Imprensa. É coautora, com José Pedro Castanheira e António Caeiro, da obra A Queda de Salazar (Tinta-da-China, 2018).

Projeto Jornalistas na Revolução, Arquivo de Memória Oral das Profissões da Comunicação, com Natal Vaz em conversa com Pedro Marques Gomes. Registado por Miguel Carrapiço, nos Estúdios TV da Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, a 25 de maio de 2021.

Maria Natal Mendes Vaz

parte 1 de 2

Entrevistado por Pedro Marques Gomes. Registado através da plataforma Zoom, em Lisboa, a 15 de março de 2021.

Natal Vaz parte 1 de 2 aos 1M55S – – A infância; o contexto familiar; o pai jornalista que trabalhava no jornal Novidades; “gostava de jornais, mas nunca pensei ser jornalista”. Novidades; ditadura.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 4M8S – – A leitura de jornais, “eu sempre li jornais”; “era no tempo em que atiravam os jornais para as varandas”.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 4M45S – – Os relatos do pai jornalista; a censura.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 7M17S – – Os tempos do liceu Filipa de Lencastre e a opção por Filologia Germânica. Liceu Filipa de Lencastre; Faculdade de Letras; Universidade de Lisboa.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 9M16S – – O ambiente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (finais da década de 1960/início de 1970); o corte com a religião católica; as aulas no bairro da Curraleira.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 11M58S – – A consciência política intensifica-se na faculdade; a experiência no Sindicato dos Lanifícios, em Moscavide. Sindicato dos Lanifícios; Faculdade de Letras.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 14M11S – – O Professor Lindley Cintra, “eu adorava as aulas dele”; Lindley Cintra; Faculdade de Letras; Universidade de Lisboa.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 15M40S – – O período em que viveu em Londres para estudar inglês, “ainda era no tempo em que pensavam que Portugal era uma parte de Espanha”.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 20M14S – – O regresso a Portugal e à faculdade; a entrevista para a Interpol na Rua António Maria Cardoso, na PIDE. Interpol; PIDE; Polícia Política.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 22M35S – – novembro de 1972: o início da colaboração com o jornal A Capital como tradutora, onde o irmão era jornalista; fazia tradução, de várias línguas, de peças das agências internacionais para os suplementos e para a seção de internacional d’A Capital; os cortes da censura (“o que falasse em sexo”); trabalhava à peça com um “salário muito interessante”.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 27M8S – – O ambiente na redação d’A Capital antes do 25 de Abril de 1974, “as pessoas falavam todas muito alto”; a politização da redação; Manuel Alpedrinha.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 29M54S – – O dia 25 de Abril de 1974 na redação d’A Capital; o Rodolfo Iriarte; o jornal vai ou não vai à censura?
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 33M49S – – O imediato pós-25 de Abril, o volume das traduções decresce; é convidada por Rodolfo Iriarte a integrar a redação como jornalista; secção internacional.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 36M45S – – Ser jornalista: “Uns dias depois percebi que aquilo era mesmo muito bom”; “pôr as pessoas a pensar”; o início do estágio de dois anos.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 38M16S – – A importância da comunicação social.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 39M4S – – A primeira reportagem que realizou enquanto jornalista estagiária n’A Capital, em agosto de 1974, sobre o filme “O Último Tango em Paris”.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 43M8S – – As peças jornalísticas sobre a temática do “Trabalho e Sindicalismo”; as notícias sobre lutas de trabalhadores.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 46M9S – – A rotina de trabalho na redação d’A Capital; a distribuição do trabalho pelos jornalistas; os “linguados”; o centro de documentação.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 48M54S – – A passagem da escrita “à mão” para a máquina de escrever, até ao computador.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 50M17S – – Responsável pela cobertura jornalística no distrito de Leiria.
Natal Vaz parte 1 de 2 aos 53M10S – – Ser jornalista durante a Revolução; “era tudo novo”.
0.54:51 – O tipo de jornalismo praticado durante o período revolucionário; Estatuto Editorial d’A Capital.

Maria Natal Mendes Vaz

parte 2 de 2

Entrevistado por Pedro Marques Gomes. Registado através da plataforma Zoom, em Lisboa, a 15 de março de 2021.

Natal Vaz parte 2 de 2 aos 0M0S – – A polémica questão do controlo dos jornais.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 2M3S – – Participação em manifestações; plenários de trabalhadores n’A Capital; Caso República; saneamentos.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 8M12S – – A proximidade com o chefe de redação; “discutia-se tudo”.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 9M8S – – David Mourão-Ferreira enquanto diretor d’A Capital.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 9M40S – – Francisco Sousa Tavares enquanto diretor d’A Capital.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 11M27S – – A saída de David Mourão-Ferreira d’A Capital.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 13M0S – – A relação dos jornalistas com outros trabalhadores d’A Capital; tipógrafos.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 15M7S – – As principais características d’A Capital; localização da redação.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 18M48S – – Ser mulher numa redação maioritariamente composta por homens. Edite Esteves.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 22M40S – – A experiência de ser jornalistas durante uma revolução, “um tempo de grande energia”, “era tudo importante, era tudo novo”, “foi um ótimo começo na minha profissão”.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 23M31S – – A experiência da colaboração no Página Um; o cartoonista Vasco.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 26M57S – – O despedimento d’A Capital e o trabalho na revista Mudjer, em Cabo Verde; o pseudónimo Maria João.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 35M7S – – A entrada na agência de notícias ANOP e o interesse pelos assuntos africanos; as notícias; reportagens; as visitas presidenciais.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 39M0S – – Os 27 anos na agência Lusa; o contacto com novas gerações de jornalistas.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 42M16S – – A saída da Lusa; a ausência dos mais velhos nas redações.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 47M4S – – Na direção do Sindicato dos Jornalistas como tesoureira (1982-1984 e 1984-1986); a importância do Sindicato; Contratos Coletivos de Trabalho; Cesário Borga; José Pedro Castanheira; Oscar Mascarenhas.
Natal Vaz parte 2 de 2 aos 52M22S – – A importância da Comissão da Carteira Profissional dos Jornalistas e do Conselho de Imprensa.
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Mário Matos e Lemos

Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Mário Augusto Madeira Matos e Lemos foi jornalista da Agência de Notícias e Informações (ANI), do Diário  de Notícias e do Diário do Norte (1956-1972). Entre…
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