Jorge Miguel Soares Moura – Parte 4 de 7

Jorge Miguel Soares Moura

4 de 7

Jorge Miguel Soares Moura estudou na escola Academia Militar (Portugal). Iniciou a sua atividade profissional na MOBIL OIL PORTUGUESA, SA em 1959 onde permaneceu até 1991. De 1993 a 2003 foi administrador da LUSA – Agência de Noticias de Portugal.

Jorge Miguel Soares de Moura foi entrevistado por Mafalda Eiró Gomes – Registado por Miguel Batista – Lisboa 27 / Março/ 2017


Jorge Moura 4 de 7 aos 0M8S- Arquivo de Memória Oral das Profissões da Comunicação, Lisboa, 17 de julho de 2017. Na câmera temos a Cláudia Figueiredo, eu sou a Mafalda Eiró Gomes e temos o privilégio de estar novamente, nossa
Jorge Moura 4 de 7 aos 0M25S- segunda conversa, com o Sr. Jorge Miguel Soares Moura, no seu escritório em Lisboa. Os nossos agradecimentos por nos receber mais uma vez. Pedia que retomasse a sua chegada à Mobil, à Lisboa, em 1963. — Eu agradeço a vossa disponibilidade para me ouvir, porque é preciso ter muita paciência para ouvir…
— É um privilégio.
— …um velho de 80 anos, mas foi um ano interessante para mim, primeiro, pela mudança de xx(??)de vida e de
Jorge Moura 4 de 7 aos 1M12S- ambiente. Foi também a morte, o ano da da morte do Kennedy, para mim foi um acontecimento porque vivi numa empresa americana era muito profundo, e aí isto xx(??) no departamento de relações públicas da Mobil portuguesa com a responsabilidade, ou com o caminho para a responsabilidade das relações da comunicação social por um lado e por outro lado com a a responsabilidade e incumbência de passar o ambiente social que nos rodeava em Lisboa naquela altura para os corpos administrativos da da Mobil, para eles tomarem conhecimento do meio em que trabalhava. E o primeiro trabalho que fiz durante muito tempo, ou durante algum tempo, foi curioso porque foi a recolha nos jornais, a leitura dos jornais diários de Lisboa e Porto, que na altura eram muitos, e daí resumir as notícias que seriam mais interessantes para a atividade da Mobil e também para o conhecimento do ambiente social e político para quem tinha obrigação de decidir na Mobil tivesse o fundamento e substrato necessário a isso.
Jorge Moura 4 de 7 aos 2M37S- Foi um ano muito curioso, de adaptação total, conhecimento… criação do conhecimento, estabelecimento do conhecimento, com muitos jornalistas da velha guarda de Lisboa. Tão da velha guarda, que uma coisa curiosa, havia um grupo de jornalistas de vários jornais, que tinham o sobrenome ou o apelido de brigada dos almoços e dos jantares, que era quem representava os jornais sempre em qualquer atividade social que os jornais tivessem que ter ter presença.
Jorge Moura 4 de 7 aos 3M15S- E depois no outro lado apareciam os senhores jornalistas, mas havia um grupo que já toda gente, naquela altura, xx(??) respeitáveis, hoje em dia xx(??) umas crianças. Mas porque eram xx(??) gente a volta dos 60 anos, 60 e xx(??) portanto eu agora com meus 80 são umas crianças, naquela altura eu tinha vinte, ou trinta e poucos, vinte anos, vinte e poucos anos. Eram de facto uns xx(??). Mas era interessante, até porque eu vinha habituado aos jornais dos Açores que não, que todos nós fazíamos tudo e mais que houvesse. E depois haviam três ou quatro colaboradores que xx(??) mais específicos, que davam um ar mais profundo aos jornais, e agora
Jorge Moura 4 de 7 aos 4M7S- a conhecer ali uma equipe completamente diferente, dividida em repórteres, jornalistas… foi interessante, foi muito curioso. — E quantas pessoas eram, estavam no departamento da Mobil?
— Seis, se não me engano. Mas vou enumerá-los: o xx(??) era o diretor do departamento, o xx(??) era o responsável pelas relações públicas, o João Moreira, é, tinha a seu cargo uma parte daquilo que fui fazer, de relações com a imprensa, e depois tinha o o xx(??) que era, xx(??) secretário e xx(??) de assistente, e que acabou a ser, por ser a minha assistente durante muitos anos.
Jorge Moura 4 de 7 aos 5M11S- Ah, e eu ia, isso também foi curioso porque, além de ser curioso foi muito estimulante, muito interessante, eu fui substituir o António Cartaz(??) que depois foi colaborador e homem conhecido na… primeiro na BBC, depois aqui quando xx(??) na televisão, foi curioso essa passagem e esse contacto com o António Cartaz(??) que era uma pessoa extraordinária e que continua a ser um senhor com quem eu xx(??) muito interessante, muito curioso e muito bom interlocutor. Éramos éramos seis, portanto. — E como era o dia a dia?
— O dia a dia era… eu passava a manhã, as manhãs não, mas a primeira parte da manhã porque normalmente tinha que entregar as coisas à volta das 9 e meia, e portanto sempre entrava mais cedo e para preparar tudo isto. E depois íamos respondendo às necessidades, fazendo, fazendo artigos para, artigos ou notícias, para a própria Gazeta Mobil, ia interagindo com as pessoas dos outros departamentos para recolher informações do que se passava no interior da Mobil, visitando revendedores e agentes comerciais da Mobil para ir conhecendo e
Jorge Moura 4 de 7 aos 6M40S- percebendo as atividades da Mobil, eu trazia algumas vantagens porque tinha trabalhado no setor da contabilidade e tinha tido a oportunidade de ser exposto também à parte operacional, portanto tinha algum algum conhecimento já por dentro da empresa, xx(??) por isso meus colegas tinham seu trabalho distribuído e eu xx(??) também os seus os seus produtos e aquilo que iam produzindo para para o conjunto. Fazíamos os discursos na ocasião que era preciso alguém da Mobil fazer, a comunicação interna também éramos nós, éramos nós que fazíamos. Nessa altura era produzido um um mensário que era a gazeta Mobil que já vinha há muitos anos.
Jorge Moura 4 de 7 aos 7M28S- Depois começamos a introduzir no sistema de cartazes que espalhávamos pelas pelas instituições, por todas as instalações da empresa, quer em Lisboa, quer no Porto, quer no aeroporto, quer em Beja, com notícias pontuais(??) da empresa, e era assim que se corria o dia a dia. Uma atividade diversificada e interessante. — A comunicação com os colaboradores era muito vertical ou havia já uma comunicação bottom-up? Como é que era?
— Havia uma comunicação bottom-up, e uma comunicação up-bottom. Porque nós fazíamos o possível por… que os nossos colegas de outras atividades da empresa contribuíssem para a informação. Portanto, nós não, não tínhamos a preocupação de copiar, inventar, transmitir aquilo que eles faziam. A nossa intenção era normalmente pô-los a falar e pô-los a nos dizer as coisas que faziam para que os colegas tivessem esse conhecimento. Portanto, eu diria que havia intervenção, e evidentemente que também havia uma intervenção,
Jorge Moura 4 de 7 aos 9M3S- uma intervenção bottom-up clara, quando, quando se queria fazer qualquer comunicação perfeita. E portanto xx(??) era a gazeta e os comunicados internos que nós fazíamos. Também fazíamos muito, agora após dizer isso lembro que fazíamos muito também comunicação para a imprensa. Normalmente fazíamos à volta de seis ou sete ou oito informações mensais sobre a atividade da companhia ou relacionadas com ou relacionadas com a imprensa.
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