Jorge Miguel Soares Moura

Jorge Miguel Soares Moura estudou na escola Academia Militar (Portugal). Iniciou a sua atividade profissional na MOBIL OIL PORTUGUESA, SA em 1959 onde permaneceu até 1991. De 1993 a 2003 foi administrador da LUSA – Agência de Noticias de Portugal.

Jorge Miguel Soares de Moura Entrevistado por Mafalda Eiró Gomes. Registado por Miguel Batista Lisboa 27 / Março/ 2017.


A referência bibliográfica desta entrevista deverá ser feita da seguinte forma: Eiró-Gomes, M.,; Baptista. M.; Figueiredo. C. (2017). Entrevista a Jorge Miguel Soares Moura. Arquivo de Memória Oral das Profissões da Comunicação. Disponível em: https://amopc.org/jorge-miguel-soares-moura/

Parte 1 de 7

Escolaridade e vida familiar
Definição de jornalista
Liceu e Professores
Escola do Exército
O Açoriano Oriental
Entrada na Mobil Oil
A importância da Casa dos Açores
Viagem de jornalistas a São Miguel
Public Affairs na Mobil Oil
Rotina diária na Mobil Oil

Parte 2 de 7

Associativismo nos anos 60
Aparecimento da SOPREP
Evolução da profissão até aos anos 70
Jornais cinematográficos
Regalias na Mobil Oil
Progressão na carreira na Mobil Oil
Cargo de Director de Marketing e Relações Públicas na Mobil Oil
A cultura organizacional da Mobil Oil
Jornalistas do Estado Novo vs Jornalistas actuais
Deturpação da designação Relações Públicas

Parte 3 de 7

A compra do Açoriano Oriental
Saída do Açoriano Oriental
Agências noticiosas
Ligações políticas na ANOP
Fundação da NP
O cargo de Administrador da Lusa
A ligação entre o Estado e as agências noticiosas
Comparação entre o SNI e a Lusa
A génese dos problemas de comunicação
Desilusão com o mercado das agências da comunicação
Importância dos valores

Parte 4 de 7 (2ª Sessão)

Jorge Miguel Soares Moura estudou na escola Academia Militar (Portugal). Iniciou a sua atividade profissional na MOBIL OIL PORTUGUESA, SA em 1959 onde permaneceu até 1991. De 1993 a 2003 foi administrador da LUSA – Agência de Noticias de Portugal.

Jorge Miguel Soares de Moura foi entrevistado por Mafalda Eiró Gomes – Registado por Miguel Batista – Lisboa 27 / Março/ 2017

Jorge Moura 4 de 7 aos 0M8S- Arquivo de Memória Oral das Profissões da Comunicação, Lisboa, 17 de julho de 2017. Na câmera temos a Cláudia Figueiredo, eu sou a Mafalda Eiró Gomes e temos o privilégio de estar novamente, nossa
Jorge Moura 4 de 7 aos 0M25S- segunda conversa, com o Sr. Jorge Miguel Soares Moura, no seu escritório em Lisboa. Os nossos agradecimentos por nos receber mais uma vez. Pedia que retomasse a sua chegada à Mobil, à Lisboa, em 1963. — Eu agradeço a vossa disponibilidade para me ouvir, porque é preciso ter muita paciência para ouvir…
— É um privilégio.
— …um velho de 80 anos, mas foi um ano interessante para mim, primeiro, pela mudança de xx(??)de vida e de
Jorge Moura 4 de 7 aos 1M12S- ambiente. Foi também a morte, o ano da da morte do Kennedy, para mim foi um acontecimento porque vivi numa empresa americana era muito profundo, e aí isto xx(??) no departamento de relações públicas da Mobil portuguesa com a responsabilidade, ou com o caminho para a responsabilidade das relações da comunicação social por um lado e por outro lado com a a responsabilidade e incumbência de passar o ambiente social que nos rodeava em Lisboa naquela altura para os corpos administrativos da da Mobil, para eles tomarem conhecimento do meio em que trabalhava. E o primeiro trabalho que fiz durante muito tempo, ou durante algum tempo, foi curioso porque foi a recolha nos jornais, a leitura dos jornais diários de Lisboa e Porto, que na altura eram muitos, e daí resumir as notícias que seriam mais interessantes para a atividade da Mobil e também para o conhecimento do ambiente social e político para quem tinha obrigação de decidir na Mobil tivesse o fundamento e substrato necessário a isso.
Jorge Moura 4 de 7 aos 2M37S- Foi um ano muito curioso, de adaptação total, conhecimento… criação do conhecimento, estabelecimento do conhecimento, com muitos jornalistas da velha guarda de Lisboa. Tão da velha guarda, que uma coisa curiosa, havia um grupo de jornalistas de vários jornais, que tinham o sobrenome ou o apelido de brigada dos almoços e dos jantares, que era quem representava os jornais sempre em qualquer atividade social que os jornais tivessem que ter ter presença.
Jorge Moura 4 de 7 aos 3M15S- E depois no outro lado apareciam os senhores jornalistas, mas havia um grupo que já toda gente, naquela altura, xx(??) respeitáveis, hoje em dia xx(??) umas crianças. Mas porque eram xx(??) gente a volta dos 60 anos, 60 e xx(??) portanto eu agora com meus 80 são umas crianças, naquela altura eu tinha vinte, ou trinta e poucos, vinte anos, vinte e poucos anos. Eram de facto uns xx(??). Mas era interessante, até porque eu vinha habituado aos jornais dos Açores que não, que todos nós fazíamos tudo e mais que houvesse. E depois haviam três ou quatro colaboradores que xx(??) mais específicos, que davam um ar mais profundo aos jornais, e agora
Jorge Moura 4 de 7 aos 4M7S- a conhecer ali uma equipe completamente diferente, dividida em repórteres, jornalistas… foi interessante, foi muito curioso. — E quantas pessoas eram, estavam no departamento da Mobil?
— Seis, se não me engano. Mas vou enumerá-los: o xx(??) era o diretor do departamento, o xx(??) era o responsável pelas relações públicas, o João Moreira, é, tinha a seu cargo uma parte daquilo que fui fazer, de relações com a imprensa, e depois tinha o o xx(??) que era, xx(??) secretário e xx(??) de assistente, e que acabou a ser, por ser a minha assistente durante muitos anos.
Jorge Moura 4 de 7 aos 5M11S- Ah, e eu ia, isso também foi curioso porque, além de ser curioso foi muito estimulante, muito interessante, eu fui substituir o António Cartaz(??) que depois foi colaborador e homem conhecido na… primeiro na BBC, depois aqui quando xx(??) na televisão, foi curioso essa passagem e esse contacto com o António Cartaz(??) que era uma pessoa extraordinária e que continua a ser um senhor com quem eu xx(??) muito interessante, muito curioso e muito bom interlocutor. Éramos éramos seis, portanto. — E como era o dia a dia?
— O dia a dia era… eu passava a manhã, as manhãs não, mas a primeira parte da manhã porque normalmente tinha que entregar as coisas à volta das 9 e meia, e portanto sempre entrava mais cedo e para preparar tudo isto. E depois íamos respondendo às necessidades, fazendo, fazendo artigos para, artigos ou notícias, para a própria Gazeta Mobil, ia interagindo com as pessoas dos outros departamentos para recolher informações do que se passava no interior da Mobil, visitando revendedores e agentes comerciais da Mobil para ir conhecendo e
Jorge Moura 4 de 7 aos 6M40S- percebendo as atividades da Mobil, eu trazia algumas vantagens porque tinha trabalhado no setor da contabilidade e tinha tido a oportunidade de ser exposto também à parte operacional, portanto tinha algum algum conhecimento já por dentro da empresa, xx(??) por isso meus colegas tinham seu trabalho distribuído e eu xx(??) também os seus os seus produtos e aquilo que iam produzindo para para o conjunto. Fazíamos os discursos na ocasião que era preciso alguém da Mobil fazer, a comunicação interna também éramos nós, éramos nós que fazíamos. Nessa altura era produzido um um mensário que era a gazeta Mobil que já vinha há muitos anos.
Jorge Moura 4 de 7 aos 7M28S- Depois começamos a introduzir no sistema de cartazes que espalhávamos pelas pelas instituições, por todas as instalações da empresa, quer em Lisboa, quer no Porto, quer no aeroporto, quer em Beja, com notícias pontuais(??) da empresa, e era assim que se corria o dia a dia. Uma atividade diversificada e interessante. — A comunicação com os colaboradores era muito vertical ou havia já uma comunicação bottom-up? Como é que era?
— Havia uma comunicação bottom-up, e uma comunicação up-bottom. Porque nós fazíamos o possível por… que os nossos colegas de outras atividades da empresa contribuíssem para a informação. Portanto, nós não, não tínhamos a preocupação de copiar, inventar, transmitir aquilo que eles faziam. A nossa intenção era normalmente pô-los a falar e pô-los a nos dizer as coisas que faziam para que os colegas tivessem esse conhecimento. Portanto, eu diria que havia intervenção, e evidentemente que também havia uma intervenção,
Jorge Moura 4 de 7 aos 9M3S- uma intervenção bottom-up clara, quando, quando se queria fazer qualquer comunicação perfeita. E portanto xx(??) era a gazeta e os comunicados internos que nós fazíamos. Também fazíamos muito, agora após dizer isso lembro que fazíamos muito também comunicação para a imprensa. Normalmente fazíamos à volta de seis ou sete ou oito informações mensais sobre a atividade da companhia ou relacionadas com ou relacionadas com a imprensa.

Parte 5 de 7 (2ª Sessão)

Jorge Miguel Soares Moura estudou na escola Academia Militar (Portugal). Iniciou a sua atividade profissional na MOBIL OIL PORTUGUESA, SA em 1959 onde permaneceu até 1991. De 1993 a 2003 foi administrador da LUSA – Agência de Noticias de Portugal.

Jorge Miguel Soares de Moura foi entrevistado por Mafalda Eiró Gomes – Registado por Miguel Batista – Lisboa 27 / Março/ 2017

Síntese:

– O impacto do regime ditatorial na comunicação social.
– A relação entre a Mobil e o Estado.

Jorge Moura p5 de 7 aos 0M10S- — Falando de imprensa, vamos fazer a questão da praxe, não é, como é que era viver no regime?
Jorge Moura p5 de 7 aos 0M17S- Ditatorial, com censura… — Isso… essa pergunta, sem querer ser indelicado nem nem tutorial, devia fazer às pessoas da comunicação social, porque nós não éramos comunicação social, nós fornecíamos informação à comunicação social. Que eu tenha conhecimento, nunca, das comunicações à imprensa, quer escritas quer de conversas, tivesse,
Jorge Moura p5 de 7 aos 0M51S- tivéssemos tido, com seja qual for o jornalista, não tenho notícia nenhuma que tivesse xx(??) qualquer intervenção da da censura. Conhecia, conhecia muito bem a censura porque todos os jornais que eu lia xx(??)uma nota xx(??). Isso dava-me, levava-me a conhecer que isso tinha censura. Mas o resto nunca, nunca senti na minha atividade qualquer espécie de intervenção.
Jorge Moura p5 de 7 aos 1M19S- — Como é que era a relação de uma multinacional americana com o Estado?
— Tivemos pouca intervenção. Vivíamos num regime comercial de… por contas, portanto, não era liberalizado, até, até a sua liberalização, portanto vivi grande parte da minha vida…
Jorge Moura p5 de 7 aos 1M40S- Por exemplo, quando nós tínhamos a nossa cota, decorrente da da situação para a criação da Sacor, com obrigação da Sacor, as companhias estabelecidas ficaram com metade do consumo nacional e a Sacor com a outra metade. Entre nós era dividido por aquilo que na altura tínhamos no mercado, e não se passava além disso, era a comunicação dos preços que devíamos estabelecer, e não havia razões para nenhuma outra
Jorge Moura p5 de 7 aos 2M17S- comunicação, nem nem relação. Só aquelas decorrentes de uma empresa comum, mas tivemos sempre as melhores relações no dia a dia, as melhores relações com as entidades governamentais que xx(??), era basicamente a xx(??) energia.
Jorge Moura p5 de 7 aos 2M36S- Depois, até pela própria atividade da empresa, fomos alargando os nossos contatos com o Ministério da Educação, com xx(??) Ambiente, com com outras entidades que a nossa ação se estendia, e portanto sempre teve, sempre tivemos muito boas relações.
Jorge Moura p5 de 7 aos 2M54S- — Ministério da Educação?
— Sim, por exemplo, nós, nós, nós apoiávamos muito algumas universidades. Por exemplo a Universidade do Porto, a Universidade do Minho, e o técnico.
Jorge Moura p5 de 7 aos 3M9S- Porque nós tínhamos uma capacidade de conhecimento técnico sobre, por exemplo, lubrificação, e ciência do atrito, que era muito fraca xx(??) na maioria das universidades. E nós disponibilizávamos nossos técnicos, e até chegamos a editar várias publicações, de suporte aos estudantes de mecânica de qualquer uma dessas universidades.
Jorge Moura p5 de 7 aos 3M31S- — Lembra-se do nome?
— De quê?
— Da coleção?
— Não me lembro isso aí. xx(??) me lembro da… lubrificação de automóveis fizemos
Jorge Moura p5 de 7 aos 3M44S- fizemos um livro e fizemos uma série de cartazes gráficos para, sobre o funcionamento do carro, desde as peças mais pequenas aos sistemas de movimento, que distribuíamos por escolas industriais, universidades, e alguns, alguns liceus. E tivemos aí sempre
Jorge Moura p5 de 7 aos 4M12S- a grande compreensão do Ministério da Educação, nos facilitou sempre a vida.

Parte 6 de 7 (2ª Sessão)

Síntese:

– Projetos de responsabilidade social da Mobil.

Jorge Moura p6 de 7 aos 0M9S- — Então estava-me a recordar que suponho na última conversa que tivemos também referiu a questão do jardim zoológico e da prevenção rodoviária. — Isso.. Sim, isso foi uma das atividades, já foi no meu tempo, já foi depois de 63, quando eu cá estava, que se fez uma… um parque de trânsito no jardim zoológico, que estava disponível para o público visitante do jardim zoológico, mas que em determinadas horas do dia, principalmente as manhãs, eram dedicadas às escolas à volta, xx(??) escolas de Lisboa, ainda que algumas se tivessem deslocado de fora para vir, e no qual ensinávamos as regras às crianças, as regras básicas de trânsito.
Jorge Moura p6 de 7 aos 0M57S- Tínhamos triciclos, automóveis de pedais, e um circuito desenhado no no na zona própria do Jardim Zoológico, onde fornecíamos também as pessoas, as pessoas que… os monitores que ajudavam… e também sempre tivemos muita boa colaboração de todas as escolas e tivemos as maiores facilidades. — Esse projeto que hoje chamaríamos de cidadania corporativa ou de responsabilidade social, como é que era designado na altura? — Era ação escolar. Tanto quanto eu me lembre. Até porque a minha colega xx(??) , que era a executora desse projeto, e ela era assistente de ação escolar.
Jorge Moura p6 de 7 aos 1M52S- Nós chegamos a fazer, fizemos no Porto, com a Faculdade de Engenharia do Porto, um xx(??) entre a indústria e a universidade, que era uma coisa que naquela altura não havia, e nós proporcionamos, fomentamos, demos bolsas, para permitir que alguns trabalhos fizessem em indústrias, pequenas indústrias no Porto, estou a me lembrar, por exemplo, dentro da área do gás, em aplicações do gás, para… quer de fogão, quer de esquentadores xx(??) em que fizemos a plataforma entre a universidade
Jorge Moura p6 de 7 aos 2M35S- e a… entre a universidade e os nossos técnicos de gás, passaram essa, passavam essa informação xx(??). Isso era uma ação muito grande, tínhamos desde o início então, tínhamos bolsas de estudos para os estudantes universitários xx(??) — Também nos tinha falado de Mobil, os caminhos de Portugal. Era uma outra atividade completamente avant la letre, não é?
— Mas já agora só para seguir uma certa cronologia, e que isso fomos apurando e formos desenvolvendo, também fizemos em 70, 69, 68… 69. xx(??) 70, mas…
Jorge Moura p6 de 7 aos 3M23S- Começou num ano e acabou no outro. Uma grande exposição de arte chamada Exposição Mobil de Arte e um concurso de design, que foi a primeira vez que se fez em Portugal, fizemos na na Escola das Artes, e com, depois com exposição centrada sobre os designers, design português, evidentemente com alguns, com algum… [suspiro] com xx(??), o engenheiro Santos Silva, se não me engano. Era o homem xx(??), que foi xx(??) pessoas que começaram a fazer designer em Portugal e xx(??) Costa, xx(??) na feira, na tal feira das indústrias, que foi um acontecimento marcante, forte.
Jorge Moura p6 de 7 aos 4M17S- E fomos sempre ao longo dos anos fazendo variedades, variadas iniciativas que eram claramente uma inserção na vida da sociedade, e xx(??) e aí chegamos já mais recente aos anos 80, se não me engano lançamos uma… lançamos uma campanha chamada ” A Mobil e os caminhos de Portugal”. Que era uma… foi uma coleção de livros,
Jorge Moura p6 de 7 aos 4M44S- 13 livros, divididos por 19 itinerários, 13 itinerários de Portugal, com o qual nós descrevíamos o itinerário, sugeríamos o itinerário e nesse itinerário incluíamos monumentos a visitar, paisagens a visitar, restaurantes a visitar, hotéis para ficar. Portanto, a ideia claro de sítios onde ficar, sítios onde comer, sítios a que ver. Isso deu depois duas ou três séries de televisão sobre o tema, tendo isso como tema, que xx(??) os dados para várias pessoas e nessa coleção ela começou com.. xxx(??), depois teve muitos, muitos colaboradores, lembro-me do Manoel Dias que era um jornalista no no Jornal de Notícias do Porto, no meio de janeiro, a memória já não me fala, já me falta, e xx(??) outros outros jornalistas também, e portanto cada um deles tinha um autor e escolhia o itinerário e descrevia o itinerário.
Jorge Moura p6 de 7 aos 6M1S- — Outros eventos.
— Quando foi o terramoto na Terceira dos Açores, em 1980, levantou-se uma grande onda de solidariedade nacional em relação às vítimas do acontecimento. E a Mobil, que estava instalada nos Açores desde 1905, achou que também devia colaborar e quis e quis colaborar. E contratamos o xx(??) e depois do terramoto muitas conversas com o xx(??), algumas conversas com o xx(??), chegou-se à conclusão que o mais interessante seria um acontecimento que perdurasse um tempo. E nós então nessa altura
Jorge Moura p6 de 7 aos 6M49S- organizamos um evento, como se diz hoje em dia, que se chama Festival Internacional de Música dos Açores. Começamos nesse mesmo ano com o festival em Ponta Delgada, que foi organizado por xx(??) Jordão, e que teve como como primeira figura a Teresa Bragança que xx(??) na altura era muito conhecida nacionalmente, e levamos muitos músicos nessa altura e fizemos 3 ou 4 espetáculos em São Miguel. Depois todos os anos fomos repetindo isso. É, isso tinha uma um antecedente, tínhamos ligação, a Mobil italiana tinha restaurado, tinha ajudado a restaurar uma cidade nos arredores de Roma chamada Spoleto. E no qual marcava as entidades anuais com festival de música. Nós pegamos nessa nessa ideia e adaptamo-a para a situação dos Açores e passamos a fazer o Festival Internacional de Música dos Açores. Que durou muitos anos xx(??) eu saí depois não sei o que se passou. Porque esta era uma maneira de ajudar uma uma sociedade, num num tempo complexo, mas que, de forma que se perdurasse.
Jorge Moura p6 de 7 aos 8M23S- Não foi entregar uma quantidade de dinheiro xx(??), não foi uma coisa que se prolongasse, que influenciasse aquela sociedade, que melhorasse aquela sociedade. Tem tem tem os exemplos. Como vê, a memória é curta mas de vez em quando vou me lembrando das coisas. Foram anos de eventos xx(??) e não tenho, não tenho o registo histórico infelizmente quando saí da Mobil em 91 deixei um
Jorge Moura p6 de 7 aos 8M56S- deixei não, a minha equipe deixou uma xx(??) muito interessante, criada basicamente por um colaborador nosso Sérgio, Sérgio xx(??) Lemos, que tinha isto tudo documentado, mas parece que depois da minha saída e xx(??) substituídos, mudanças de sede, mudanças da empresa, venda da empresa, tudo isso, penso que desapareceu xx(??). E a empresa xx(??) da BP parece que não , parece que não tratou dos documentos tanto quanto eu tenho notícia não tratou. E tinha tudo documentado, agora não. Nunca fui de ter coisinhas guardadas em casa minhas,. Mas tínhamos na Mobil um museu muito curioso, como disse tava tudo documentado. — E afinal o espólio desse museu, nalgum sítio?
— Eu não tenho.

Parte 7 de 7 (2ª Sessão)

Síntese:

– A relação entre a Mobil americana e a Mobil portuguesa.
– O recrutamento na Mobil.
– Anexos: Campanha “A Mobil e os Caminhos de Portugal”; Notícias da Mobil.

Jorge Moura 7 de 7 aos 0M9S- — Eu queria perguntar também como era a relação da Mobil, do Departamento de Comunicação nomeadamente, à casa mãe americana, não é. — Sempre foi, sempre foi o Departamento de Relações Públicas. Nunca foi um departamento de Comunicação. Foi sempre um departamento de Relações Públicas. Nós tínhamos orientações, diretivas técnicas, de aplicação, de forma a se pensar políticas perfeitamente coordenadas, não só com com, na altura Nova Iorque, tempos depois a partir de Washington,
Jorge Moura 7 de 7 aos 0M43S- mas havia uma xx(??) Mobil Europe que reunia todas as afiliadas da Mobil na Europa, que tinha um escalão intermédio, e havia um Public Affairs Manager responsável pela Europa, e, portanto, a estrut… aí reuníamos regularmente, colhíamos experiências de cada um dos países, passávamos a nossa experiência, e aí havia portanto uma coordenação e uma … alinhamento de de políticas e estímulo e exemplo entre nós. — E havia mobilidade de emprego entre os países
Jorge Moura 7 de 7 aos 1M27S- ou isso ainda não? — Sim, sim. Qualquer, qualquer… nós managers, em toda a Mobil, da língua portuguesa, muita gente da língua portuguesa foi trabalhar para vários países, muitas pessoas de outros países vinham trabalhar para nós, nós passávamos sempre, regularmente, um período no no nos Estados Unidos ou em Londres. Em Londres então, quando foi xx(??) Europe, íamos a Londres mais que todos os meses, portanto tínhamos muito contato permanente. E eles vinham cá tod… muitas vezes por ano.
Jorge Moura 7 de 7 aos 2M14S- — Tinhas também falado que a progressão na carreira era feita por mérito. Eu suponho que na altura eu não lhe perguntei..
— Em toda a empresa.
— … não lhe perguntei também como é que era feito o recrutamento. Nomeadamente também para as áreas da Comunicação. Para as Relações Públicas.
— Para as áreas da Comunicação ou, aliás, xx(??) área da Comunicação eram eram feitas através de nosso departamento, nós indicávamos ao departamento de pessoal as pessoas que considerávamos de interesse para para o grupo, e que portanto deveriam ser analisadas e examinadas e vistas, por xx(??). Durante algum tempo, depois de o Américo Ramalho ter ido para o INP, ter acabado no INP, ter ficado responsável dentro do curso no INP, recorremos a ele frequentes vezes.
Jorge Moura 7 de 7 aos 3M13S- — Tem alguma recordação de quem é que foi o criador do curso que o Américo Ramalho fez? Que é o curso de 64? Nós temos muito pouco dados sobre esse curso.
— Posso lhe falar alguns nomes que eu me lembro. xx(??) era um senhor… mas isso tem lá isso tudo, com certeza, que não vinha da área da Comunicação, nem sei se vinha da Sociologia, porque nessa altura não havia Sociologia em Portugal, que começ… que foi, que penso que foi o primeiro, digamos, diretor do curso, o diretor da escola era o Amado, mas ele era, digamos, se poderia chamar assim, não se poderia chamar, o diretor da Faculdade das Relações Públicas, digamos, era esse senhor que eu lembro perfeitamente bem, mas não consigo me lembrar do nome.
Jorge Moura 7 de 7 aos 4M10S- E depois a ideia que eu tenho é que passou para o Américo Ramalho, o Américo Ramalho abriu o curso, assumiu, digamos, claramente a direção desse curso. Parece-me que ele recorria muito, eu não sei nenhuma outra especialidade mais concreta, a gente de fora, mas basicamente aos alunos que vinham do curso e iam depois colocando como assistentes e iam trabalhando. Eu fui lá várias vezes fazer xx(??), fazer conversas exatamente um pouco na base daquilo que começamos este capítulo. O que é que se fazia diariamente nas relações públicas, o que é que se fazia concretamente no dia a dia. Fui lá várias vezes, sempre gostei muito, fiquei com uma certa ligação
Jorge Moura 7 de 7 aos 4M59S- sentimental ao INP por causa disso. Portanto isso acontecia muitas vezes. E nessa altura também, eu por exemplo lembro-me que o sindicato dos empregados do escritório, antes do 25 de abril, muito antes do 25 de abril, também nos convidava a nós, ou eu, ou a Maria Cristina(??), alguma outra pessoa da do grupo para ir lá e fazer apresentações especificamente(??) sobre as relações públicas que na altura se começava a falar e que não havia experiência nenhuma em Portugal, pouca experiência em Portugal, e recorriam muito a nós, pediam para nós falarmos, sempre tínhamos essa disponibilidade. — Muito obrigada. Sei que tem alguns documentos que nos vai deixar…
— xx(??).
— filmar. É um privilégio. Obrigada.
— Muito obrigado, eu é que agradeço.
Jorge Moura 7 de 7 aos 6M6S- — Estava dividido por por áreas, e cada área tinha um itinerário primeiro em mapa, em mapa, e depois com a descrição quilômetro a quilômetro. E que levava as pessoas portanto xx(??) a seguirem o percurso que nós indicávamos. Aqui é o mapa, portanto os pontos mais interessantes, desse itinerário, e depois aqui as indicações de
Jorge Moura 7 de 7 aos 6M50S- de cama, mesa, gastronomia, vinhos. Tem outras coisas, por exemplo, gráfico xx(??), mas pronto, xx(??)
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