A base metodológica do Projeto AMOPC assenta na memória oral, encarada aqui como um recurso informativo singular ou objeto de estudo em si mesmo, que se cruza com outro tipo de informações, mas ao mesmo tempo exige uma análise crítica e interpretativa específica: as memórias não podem ser apenas remetidas para a factualidade que “contam”, mas para a contemporaneidade e o contexto da sua produção.
A opção metodológica fundamenta-se então na realização de entrevistas pessoais, seguindo o modelo de entrevista semidiretiva, que recusa a diretividade absoluta, mas ao mesmo tempo refreia em certa medida a liberdade do entrevistado, por forma a enquadrar os temas propostos pelos objetivos da pesquisa.
O projeto toma a atividade da comunicação na sua diversidade, rejeitando a perspetiva de uma análise parcial, por setor, questionando as fronteiras entre as várias áreas ligadas aos media, tomando-as como um conjunto ocupacional (onde muitas trajetórias de vida cruzam diferentes áreas).
Pretende-se resgatar a memória dos profissionais que já não se encontram no ativo, diversificando as ‘vozes‘ que ’contam’, procurando incluir os diversos grupos de ocupações, desde o diretor de informação de um canal de televisão, ao tipógrafo, ao gestor de comunicação, ao jornalista, ao account em assessoria de comunicação, ao diretor do serviço ao cliente, ao revisor, ao gestor de produto, ao publicitário, ao assessor de imprensa, ao operador de imagem, ao copyright, ao fotógrafo, ao regente de estúdios, ao sonoplasta, ao radialista, entre muitos outros.