Fernando Dacosta nasceu a 12 de dezembro de 1940, perto de Luanda. Por motivos de saúde da mãe, aos dois anos, deixou a quente Angola para se mudar com os pais para Segões, no concelho de Moimenta da Beira, Viseu, onde passaria a infância. Mais tarde, foi viver para Folgosa, Armamar, na zona do Douro. Completou o ensino secundário no Liceu Nacional de Latino Coelho, em Lamego, e depois ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, uma experiência que lhe desagradou profundamente. Acabou por se mudar para a capital. Estudou Filologia Românica, na Faculdade de Letras de Lisboa, mas a licenciatura acabaria por ficar incompleta.
Estreou-se no jornalismo em 1967, na Europa Press, uma empresa de comunicação espanhola com ligação à Opus Dei, graças a um convite de Carlos Mendes Leal, diretor da delegação em Lisboa. Através da fotógrafa Beatriz Ferreira, nessa altura, conheceu pessoalmente António de Oliveira Salazar e a governanta Maria de Jesus Caetano Freire, que lhe confidencia várias histórias pessoais do ditador.
Ingressou depois na revista Flama, seguiu-se a Notícia e, pela mão do escritor e jornalista José Cardoso Pires, entrou no Diário de Lisboa para assumir o cargo de subchefe de redação, quando se deu a Revolução de Abril. Manteve-se no jornal da família Ruella Ramos até ao Verão quente de 1975. Passou pelo jornal A Luta e, em 1977, mudou-se para a redação do Diário de Notícias. Trabalhou e colaborou ainda em títulos como a Filme, Vida Mundial, o Comércio do Funchal, O Jornal, JL-Jornal de Letras, Artes e Ideias, Público e revista Visão, publicação da qual saiu em 2011, após mais de quatro décadas como jornalista. Participou em vários programas de rádio, nomeadamente “Café Concerto”, de Maria José Mauperrin, na RDP – Rádio Comercial, nos anos 1980. Na RTP, em 1991-1992, apresentou uma rubrica sobre literatura. Dirigiu os “Cadernos de Reportagem” e foi coeditor das edições Relógio d’Água.
Exerceu o jornalismo numa era em que as redações estavam povoadas de escritores, com quem coabitava nas inúmeras tertúlias em que participava na N’ Brasileira e outros locais de encontro. Ele próprio tornar-se-ia um autor consagrado com mais de vinte obras publicadas, muitas das quais premiadas, desde romances, dramaturgias, contos, mas também reportagens e fotobiografias.