José Manuel Inácio – Parte 13 de 15

José Manuel Inácio à conversa com Maria Margarida Colaço Mendes Gaspar e registada por Paulo Barbosa em 2-12-2017 no museu da Rádio voz de Alenquer no âmbito do projecto AMOPC.

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—A nível de quota da música portuguesa que rádio passa, há um limite, há um…
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—É engraçado que quando foi discutido na Assembleia da República a lei das quotas houve lá na sala do senado uma reunião de Comunicação Social entre os órgãos de Comunicação Social, para se discutir o problema das quotas de rádio e estavam lá as rádios, estava lá em representação da, estavam as associações, as rádios nacionais e tal, e estavam a SPA, Sociedade Portuguesa de Autores, estava alguns artistas. Eu estava lá em representação da Associação Portuguesa de Radiodifusão e quando eu dei por mim tinha sido empurrado para falar. A Renascença acabou de falar e disse Agora gostava de ouvir ali o senhor José Manuel Inácio, que dissesse o que tem a dizer sobre as quotas da música portuguesa E eu comecei por dizer que para a Rádio Voz de Alenquer nós não precisamos de quotas. Aliás nós, o nosso lema diz tudo, a força total à música nacional, diz tudo. Portanto não precisamos, e por outro lado eu não preciso quer me obriguem a passar x de música portuguesa. E cada rádio é que tem que ver o que é que tem que passar, porque os ouvintes que estão do outro lado escolhem: querem ouvir música portuguesa, ouvem música portuguesa, querem ouvir música estrangeira procuram outra… Nós passamos 98,9 música portuguesa e não temos estado mal porque também quando precisamos dos artistas portugueses eles estão lá. É verdade nós quando precisamos de fazer um espetáculo eles estão cá. A gente diz olhe precisamos de fazer um espetáculo, precisamos de arranjar uns dinheiritos e tal… vocês podem vir? E eles vêm. O que é a gente lhes paga? um lanche, às vezes o transporte quando são de mais, longe, outros que venham de Lisboa nem levam nada. E isso não é um pagamento por a gente passar música nacional, é porque estamos inseridos numa zona em que as pessoas gostam da música portuguesa, gostam do folclore, gostam das nossas tradições. E daí nós passarmos, já não digo 99,9, digo 98,9, mas é a maioria da música que nós passamos é da música portuguesa porque apoiamos os nossos artistas. O Marco Paulo por exemplo, eu sou muito amigo dele, ele é muito meu amigo. Até fomos criados juntos aqui atrás e eu passo pouca música dele. Quando cá estava passava e ele dizia epah nunca passas música? Não, tu nunca quiseste vir fazer um espetáculo a Alenquer não te pago, não te passo a tua música. Então eu passo a tua música para tu venderes e tu não me vens ajudar?, Eu qualquer dia vou fazer lá fazer um concerto. Está bem quando fizeres o concerto eu passo a passar música total Eles apoiam-nos e nós apoiamos a eles.
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—Já agora mais um formato que nunca falámos. Alguma vez experimentaram fazer ficção, as radio-novelas ou coisa parecida?
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—Sim sim, eu uma vez, nós tínhamos aqui um ator, um ator não, um autor, que era um senhor que era o Manuel Gírio que escreveu várias revistas, escreveu uma opereta e que em determinada altura eu pedi-lhe para ele escrever uma radio-novela e ele escreveu. Só que depois quando foi para começar a ensaiar as pessoas nós tínhamos escolhido, que eram artistas amadores já consagrados, tiveram algumas dificuldades em vir. Uns diziam epah é diferente a gente estar em palco, outra é estar ao microfone Tinham medo do microfone. Epah aquilo não é nada. Eu nalgumas, na opereta eu tinha entrado com eles, numa ou duas revistas eu também tinha entrado com eles. Não é nada aquilo não custa custa nada, olha, má figura fiz eu uma vez connvosco, vocês tiveram que dizer o meu papel que eu não sabia, fui empurrado lá para cima, tens que ir fazer este papel e pronto e eu fui, agora vocês não têm problema nenhum aquilo, vocês até podem estar a ler, não têm problema. Mas não, não conseguimos levar para a frente, mas era uma iniciativa que eu gostava de ter e que ainda hoje gostava que eles tivessem. Porque eu lembro-me das radio-novelas que o Rádio Clube Português fazia, aliás, há uma senhora dos parodiantes, mais do que uma vez, ela mora aqui na zona de Mafra, salvo erro mais do que uma vez o marido me tem dito e até já me deu um cartão dela, que ela estava na disposição de vir cá colaborar connosco, fazer um género de uma brincadeira tipo parodiantes ou coisa do género e eu gostava de fazer isso cá mas não sei o que é que a direção pensa, como eu não estou cá na direção posso é dar, vou dando assim às vezes o contributo nalgumas coisas que me pedem porque eu sou género, saio de uma coisa, não tenho que me meter mais nela a não ser se me pedem o contributo. Sem me pedirem eu dou, se não pedirem eu vou analisando. Critico quando tenho que criticar mas não vou lá meter-me no trabalho deles.
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—E esse tipo de formatos de programas humorísticos como costuma haver durante as manhãs de algumas rádios vocês têm alguma coisa dentro desse género?
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—Não, não, acho que não. É mais do género de telefonemas, as pessoas a telefonarem. Não me parece que haja, pode haver… 100{eac6b5875ddae926700b2c4e8464bb0ece25601256fda3402f3cffca93cca374} humorístico não.

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